A decisão de manutenção da Selic em 10,5% veio conforme o esperado, mas a unanimidade dos votos mostrou a preocupação da instituição com a desancoragem com as expectativas de inflação. Hoje mercado local processa a nova informação, enquanto acompanha os mercados internacionais com a volta do feriado nos Estados Unidos, que deve trazer mais um dia positivo para as bolsas internacionais.

Estados Unidos:
Em razão do feriado ontem as bolsas norte-americanas permaneceram fechadas. Mas, vale lembrar que ambos o Nasdaq e o S&P 500 bateram novos recordes na terça, puxados pelo desempenho da Nvidia que superou a Microsoft como empresa mais valiosa do mundo. A resiliência da economia norte-americana tem elevado o positivismo quanto aos resultados corporativos, com investidores apostando em lucros crescentes para os próximos trimestres. Futuros de Nasdaq e S&P 500 avançam nesta manhã, enquanto Dow Jones fica de lado, mesmo comportamento das últimas semanas. Mercado monitora falas de membros do FED e dados de mercado de trabalho, além do setor imobiliário.

Mundo:
Em uma sessão mais quieta e sem grandes catalisadores, as bolsas asiáticas tiveram dia misto, mantendo a recente tendência, com setor de tecnologia performando acima dos demais, novamente. Na China, as taxas de empréstimos de longo prazo ficaram estáveis, enquanto o yuan segue sob pressão, dificultando a atuação do governo. Na Europa, as bolsas avançam hoje depois que o Banco Nacional da Suíça entregou um corte na sua taxa de juros, em dia com mais decisões de política monetária na região. Hoje, temos decisão do BoE, na qual se espera manutenção na taxa de juros inglesa, mas com sinalização de início do ciclo de cortes para o próximo encontro, conforme a inflação caminha para a meta. Um leilão de títulos do governo francês também fica no radar do mercado, como teste do apetite do investidor por estes bonds, após a surpresa com Macron antecipando eleições locais.

Brasil:
Conforme o esperado, o Copom pausou o ciclo de cortes e manteve a Selic nos atuais 10,5%, mas o que surpreendeu foi a unanimidade dos votos, diferentemente do que vimos na reunião anterior. No comunicado, o tom ainda foi de cautela, em especial com a trajetória da inflação. O Copom também indicou que os próximos passos dependem da consolidação da desinflação e ancoragem das expectativas em torno da meta. Ontem, a bolsa brasileira subiu 0,53% e o dólar fechou em R$ 5,43, em dia de pouca liquidez por conta do feriado nos Estados Unidos. A Vale ajudou positivamente, beneficiada pela alta do minério de ferro, assim como o Itau, com as ações subindo após o Itau Day. No político, seguem incertas ainda pautas importantes como Reforma Tributária, renegociação da dívida dos estados e desoneração da folha e a pressão sobre o governo também aumenta.

Abertura:
Na abertura, o índice DXY avança e futuros em Wall Street sobem, puxados por Nvidia, enquanto os juros das Treasuries voltam a cair, com investidores apostando em cortes antes do sinalizado pelo FED. O petróleo avança, assim como a maioria das commodities metálicas, exceto pelo minério de ferro, que recua levemente hoje. Bitcoin avança 1,45%.

O que esperar?
Por aqui, mercado deve processar a decisão unânime do Copom ontem, enquanto monitora o político, principalmente, o fiscal e as pautas ainda pendentes, além dos ruídos nas esferas governamentais. O petróleo em alta pode ajudar as empresas do setor.