Cai o último dos expansionistas
O Banco do Japão encerrou sua longa história de política monetária ultra expansionista, elevando os juros e indicando que as condições financeiras por lá, por enquanto, seguem no campo acomodatício. O dólar fortaleceu, mas as Treasuries estão de lado. Mercado aguarda agora decisão do BC chinês hoje e a Super Quarta amanhã, com FOMC e COPOM. Por aqui, a bolsa avançou com Vale, seguindo recuperação nos preços
do minério.
Estados Unidos
Os juros das Treasuries subiram ontem, com agentes antecipando a decisão do FOMC amanhã, que deve manter os juros no atual patamar. No entanto, mercado aguarda ansioso as projeções atualizadas do FED, o chamado dot plot, para mais sinais de quantos cortes a instituição espera para este ano. As bolsas ontem encerraram em alta, beneficiadas pelo setor de Tecnologia com avanço de Alphabet e Tesla. A confiança do setor imobiliário subiu em março, para o maior nível desde julho, em meio à queda das taxas de hipotecas, melhores preços e contínua escassez de oferta. Teremos mais dados do setor hoje. Bolsas indicam leve queda, enquanto os juros estão praticamente de lado.
Mundo
Na Ásia, as bolsas chinesas recuaram, após a forte alta do dia anterior, impulsionada por dados melhores que o esperado na economia. Mas o foco ficou mesmo no Japão. O BoJ elevou a taxa de juros para o intervalo de 0%– 0,1%, encerrando sua política de juros negativos, além de ter alterado seu programa de controle da curva de juros, mas não deu sinais de novos aumentos, dizendo que, por ora, demais condições financeiras seguem como estão. Com isso o iene caiu, mas o Nikkei avançou mais uma vez. Na Europa, dirigentes do BCE reforçam mensagem de que a política monetária agora dependerá dos dados macro, como salário e atividade, além da inflação, e mercado segue precificando primeiro corte em junho. Bolsas hoje operam estáveis.
Brasil
O Ibovespa subiu 0,17% ontem, enquanto o dólar superou a barreira dos R$ 5,00, em dia de queda das moedas dos emergentes. A recuperação dos papéis da Vale contribuiu para o avanço da bolsa brasileira, enquanto o dia foi agitado para o setor de Varejo, com Magazine Luiza em forte alta, antes dos resultados, e Vivara recuando, em meio a volta de seu fundador ao cargo de CEO da empresa. Na agenda política, hoje Lula se encontra com diversos ministros, visando seu plano de atuação para recuperação da avaliação do seu governo. Tem início a reunião do Copom hoje, que deve definir por mais um corte de 50 p.b. na Selic, levando-a a 10,75%. Teremos também dados da Industria e o monitor do PIB da FGV.
Abertura
Na abertura, o índice DXY sobe, enquanto juros das Treasuries ficam de lado, após a alta de ontem, e futuros em Wall Street avançam. Petróleo recua, devolvendo parte dos ganhos da véspera, e minério de ferro avança mais de 5%, enquanto Bitcoin cai cerca de 6%.
O que esperar?
Com mercados externos em compasso de espera antes do FOMC, podemos ter também um dia morno aqui, mas as commodities mistas podem dar algum fôlego ao Ibovespa, especialmente com a Vale podendo recuperar. No radar, temos também o boletim Focus, além de resultados corporativos, com Maglu, Itausa e Braskem nos destaques.