Big Techs sob pressão, decisão do BCE e recesso no Congresso Brasileiro
As empresas de tecnologia tiveram forte queda ontem, com destaque para Nvidia, pressionadas pela rotatividade observada no mercado, com investidores abrindo mão das Big Techs e se posicionando em ativos que devem se beneficiar de juros mais baixos, como small caps. A busca pela qualidade e empresas mais consolidadas também se intensificou, puxando o Dow Jones, por exemplo, mas o Ibovespa também, com alta das Blue Chips.
Estados Unidos:
As bolsas norte-americanas tiveram dia misto ontem. Enquanto S&P 500 e Nasdaq recuaram, pressionadas pelos ativos de tecnologia, com Nvidia caindo mais de 6%, o Dow Jones voltou a subir, reflexo do flight to quality recente. A escalada dos possíveis conflitos comerciais entre Estados Unidos e China, que devem seguir aumentando tarifas para produtos importados em especial na indústria tecnológica, têm levado investidores a trocarem suas posições nas gigantes de mega caps e procurarem empresas de qualidade e small caps. Dados de atividade ontem mostraram desaceleração, inclusive do mercado de trabalho. Vendas de novas casas unifamiliares bateu o menor nível em oito meses. Ontem também, membros do FED corroboraram a visão de que a instituição esteja próxima de cortar os juros. Com isso, os juros das Treasuries recuaram e papéis sensíveis a juros subiram.
Mundo:
Na Ásia, as bolsas tiveram novamente madrugada mista. Na China, os índices subiram, enquanto investidores se preparam para o discurso pós reunião anual do Partido Comunista Chinês hoje. Os índices locais com grande concentração de empresas de tecnologia e semicondutores caíram, seguindo a queda dos pares americanos e das Big Techs. A TSMC bateu as expectativas tanto de receita quanto de lucro e manteve as boas projeções de demanda para o restante do ano. Mas os papéis recuaram mais de 2%, contaminados pela maior aversão às techs no dia. Na Europa, a atenção fica por conta da decisão de juros pelo BCE que deve manter a taxa no atual patamar, reforçando que os próximos passos dependerão do ritmo da atividade e inflação. As apostas seguem majoritariamente para um corte em setembro. E em Paris, prefeita nada no rio Sena, antes das Olimpíadas.
Brasil:
O voo para qualidade também se mostrou presente aqui ontem e o Ibovespa avançou 0,26%, puxado pelas Blue Chips, com destaque para bancos e pelas petroleiras. A Petrobras subiu, ajudada pela alta do petróleo, enquanto os bancos seguem sua tendência de alta. Na contramão, a Vale recuou, em reflexo à queda do minério de ferro nos mercados internacionais. No campo político, a Fazenda apresenta a grade de parâmetros macroeconômicos, além do Boletim Macrofiscal e o Panorama Econômico. A partir de hoje, começa o recesso branco no Congresso e pautas como a PEC do Banco Central ficam para o segundo semestre. Mas, com as eleições, haverá menos dias úteis de trabalho para Câmara e Senado, que ainda devem votar o PL da Reforma Tributária (Câmara) e desoneração de folhas de pagamentos e medidas compensatórias (Senado).
Abertura:
Na abertura, o índice dólar (DXY) está perto da estabilidade e futuros em Nova Iorque ensaiam alta, com Nasdaq buscando recuperação após os resultados da TSMC melhores que o esperado. Os juros das Treasuries mantêm a tendência de queda, com apostas de cortes de juros. Commodities operam mistas, com petróleo e metálicas em alta e minério de ferro em queda. Bitcoin sobe.
O que esperar?
A agenda local está vazia hoje e mercado olha agenda externa com falas de membros do FED e decisão do BCE. Investidores seguem atentos ao cenário de cortes de juros tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, o que poderia ajudar na volta dos cortes aqui pelo Copom.