Macroeconomia


Bom dia, Inter! – 18/06/24

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Gabriela Joubert

Publicado 18/jun

Copom no radar e lá fora bolsas batem novos recordes

O momentum das empresas de tecnologia segue firme e forte e o S&P 500 bateu seu 30º recorde do ano ontem. Mesmo com cenário de juros mais altos, a resiliência da economia norte-americana e a tese secular de AI têm sido suficientes para manter o otimismo intacto. Na contramão, o Ibovespa sofre as consequências de um fiscal mais incerto e recua mais de 11% no ano, aumentando ainda mais a diferença ante as bolsas internacionais.

*Estados Unidos:*
Futuros nos Estados Unidos apontam para mais ganhos nesta manhã, dando continuidade ao rali de ontem entre as Big Techs que levou o S&P 500 ao 30º recorde no ano. O desempenho das bolsas norte-americanas reflete o otimismo com a resiliência econômica local e uma expectativa de melhores lucros corporativos, apesar do cenário de juros mais altos por mais tempo que vai se consolidando. Antes do feriado de Juneteenth amanhã (que celebra o fim da escravidão no país), mercado espera hoje pelos dados de vendas ao varejo e produção industrial, com as expectativas para ambos apontando para alta de 0,3% m/m, conforme consenso Bloomberg, além de falas de membros do FED sinalizando os próximos passos da política monetária norte-americana.

*Mundo:*
Na Ásia, as bolsas fecharam majoritariamente em alta, seguindo o rali das empresas de tecnologia. Na China, decisão do governo de taxar importações de carne de porco da União Europeia trouxe algumas tensões entre as regiões, lembrando que Europa deve adicionar tarifas sobre os carros elétricos importados da China agora em julho. No Japão, o Nikkei avançou 1% com sinalização do BoJ sobre aumento nos juros. Já na Europa, as bolsas sobem hoje, retomando das fortes perdas da semana passada, mas mercado ainda monitora a situação na França, e termos como Frexit (em alusão ao Brexit) começam a surgir. Com isso, o otimismo que existia na região, em meio as apostas de cortes de juros antes do FED, começa a se dissipar e investidores reduzem exposição ao mercado local, enquanto aguardam resultado das eleições francesas.

*Brasil:*
A bolsa brasileira teve mais um dia de queda ontem, recuando 0,44% e encerrando aos 119 mil pontos, conforme a percepção de risco no mercado local se intensifica, diante das incertezas fiscais e da desancoragem das expectativas, conforme observado no relatório Focus. O dólar encerrou em alta, a R$ 5,42. Hoje tem início a reunião do Copom e investidor local aguarda a decisão amanhã, na qual se espera o fim do ciclo de cortes, mantendo a Selic nos atuais 10,5%. No político, Haddad e Tebet negociam revisão de gastos com Lula e a área econômica avalia retomar a ideia da Desvinculação das Receitas da União (DRU) que permite ao Executivo usar livremente até 20% das receitas vinculadas a saúde, educação e previdência. A reforma tributária também segue sob discussão e elevando os ânimos nas esferas governamentais.

*Abertura:*
Na abertura, o índice DXY avança e acumula alta de 4% no ano, com o dólar ganhando força perante outras moedas. Futuros em Nova Iorque estão em alta e os juros das Treasuries operam próximos da estabilidade. Do lado das commodities, petróleo devolve parte dos ganhos dos últimos dias, minério de ferro avança, mas demais metálicas caem. Bitcoin cede, recuando cerca de 3% no mês.

*O que esperar?*
O otimismo no exterior pode ajudar o humor local, mas investidor segue monitorando cenário político e incertezas fiscais que vem pesando mais. As commodities em alta, no entanto, podem ajudar a impulsionar os papéis das exportadoras e suavizar as pressões negativas no índice pelo cenário doméstico.


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