*Decisões de juros na semana e Europa no radar*
Semana tem decisão do Copom, que deve manter a Selic no atual patamar. Mercado local monitora cenário político e fiscal e, lá fora, alívio no mercado europeu após fala apaziguadora da líder da oposição francesa ajuda na recuperação parcial das bolsas por lá, antes de decisão do BC inglês. Nos Estados Unidos, semana mais curta com feriado, mas mercado acompanha falas de membros do FED.
*Estados Unidos:*
Na semana passada, os índices norte-americanos encerraram com performance mista. Enquanto o S&P 500 e Nasdaq renovavam recordes, o Dow Jones recuou novamente, em meio à discrepância entre as Big Techs e demais setores da economia. O momentum prevalece e, apesar do cenário de juros ainda altos por mais tempo ir se consolidando, as bolsas seguem firme em trajetória de alta. Entramos em uma semana mais calma, com feriado na quarta, e mercado vai monitorar falas de membros do FED, após a decisão do FOMC que manteve os juros no atual patamar semana passada e mostrou que a instituição espera apenas um corte para este ano, em razão da robustez da economia e as implicações na trajetória da inflação. Esta semana, sai vendas ao varejo na terça.
*Mundo:*
Na Ásia, os mercados fecharam majoritariamente em queda. Na China, tivemos a produção industrial avançando menos que o esperado, 5,6% a/a, prejudicada ainda pelo desempenho do setor imobiliário, enquanto transporte, setor automotivo e materiais básicos tiveram importante avanço. Dados de Real Estate mostraram também contínua deterioração no setor, com vendas de novas casas, novas construções e preços de imóveis recuando. No Japão, as discussões permeiam a política monetária do BoJ e a decisão sobre aumento ou não dos juros. Na Europa, a semana inicia com alívio na França, após a líder da oposição, Marine Le Pen, afirmar que vai respeitar as instituições políticas caso vença as eleições parlamentares convocadas pelo atual presidente Macron. A fala mais amigável pode ajudar na recuperação da bolsa francesa, que recuou mais de 6% na semana passada, e no arrefecimento dos juros dos bonds que dispararam no período. Hoje, mercados europeus operam mistos, e investidores aguardam decisão de juros do BoE, na Inglaterra, na quinta.
*Brasil:*
Enquanto as bolsas nos Estados Unidos seguem renovando recordes, aqui o Ibovespa continua ficando para trás. Na semana passada, dúvidas sobre o comprometimento do governo com a agenda fiscal prejudicaram os ânimos por aqui e o Ibovespa encerrou a semana em queda de 0,9%, com o dólar subindo para R$ 5,38. Na semana, o maior peso negativo veio da Petrobras, após a indicação de Fernando Megarejo, atual diretor de Participações na Previ, para o cargo de CFO da empresa. Mercado se mostrou desfavorável à nomeação do executivo, em razão de sua falta de experiência no setor. No campo político, semana segue agitada com as negociações sobre reforma tributária e as compensações da desoneração da folha de pagamentos, o que vem gerando desconforto no mercado. Na agenda, teremos decisão do Copom na quarta, com apostas esperando o fim do ciclo de cortes e manutenção da Selic nos atuais 10,5%.
*Abertura:*
Na abertura, o índice DXY está estável, enquanto os juros das Treasuries e os futuros em Wall Street operam mistos. O petróleo recua, após o melhor desempenho semanal do ano e as commodities metálicas estão majoritariamente em queda. Bitcoin recua e acumula queda de quase 3% no mês, mas segue em alta de 55% no ano.
*O que esperar?*
Mercado local aguarda decisão do Copom na semana e monitora os bastidores políticos em meio às discussões sobre o fiscal. No exterior, semana aparentemente mais calma deve trazer algum alívio, mas as commodities em queda podem pesar nas exportadoras e no índice.