Balanços e vice-presidente de Trump são os destaques do dia
Bolsas e juros encerraram em alta ontem, precificando uma possível vitória de Trump nos Estados Unidos, após o atentado do fim de semana. Vimos também investidores se posicionando globalmente, favorecendo regiões que devam se beneficiar de um governo Trump, com Japão avançando e China recuando. No Brasil, a bolsa subiu, puxada pelas Blue Chips.
Estados Unidos:
As bolsas subiram, ancoradas nas apostas de uma vitória de Trump nas eleições presidenciais e com isso, aumentaram as expectativas de um ambiente regulatório mais flexível. Neste sentido, os juros também subiram, precificando uma um governo com maiores gastos e pressões inflacionárias à frente. A escolha de J.D. Vance, senador de Ohio, como vice-presidente traz uma revigorada ao partido republicano, até mesmo pela idade (39 anos) e poderia ser decisiva para o resultado das eleições nos estados neutros (blue wall). No campo macro, ontem Powell reforçou que a inflação caminha rumo a meta de 2%, sinalizando que poderemos ver cortes nos juros em breve. Hoje, fica no radar a temporada de balanços, com Bank of America e Morgan Stanley e os dados do Varejo.
Mundo:
As bolsas asiáticas encerraram a madrugada sem direção definida. Na China, os índices recuaram com efeito Trump, uma vez que podemos ver novas medidas protecionistas surgirem, mas também prejudicadas pela leitura do PIB do 2T24 que ficou em 4,7%, abaixo das expectativas de 5%, refletindo menor consumo interno e a crise imobiliária. Nikkei subiu, também sob efeito Trump. Na Europa, bolsas operam majoritariamente em queda, pressionadas pelos números da temporada de balanços. Os papéis da Hugo Boss recuam mais de 11%, após a empresa cortar suas expectativas de lucros para o ano em razão da menor demanda, especialmente na China. Setor de mineração também cai em peso, com guidance mais fraco da Rio Tinto sobre suas operações de cobre. Cenário político segue no radar, assim como dados macro, enquanto investidores apostam em novo corte de juros pelo BCE em setembro.
Brasil:
Puxado majoritariamente pelas Blue Chips, o Ibovespa avançou 0,33%, seguindo os mercados internacionais que reagiram ao atentado a Trump no fim de semana. A Petrobras subiu, junto de Itau, Vale e Suzano. O IBC-Br avançou 0,25% m/m em maio, com a queda da produção industrial sendo compensada por varejo e serviços. No campo político, ontem após reunião de Lula com ministros, o governo deve insistir no aumento de 1% na CSLL para as empresas, visando garantir a compensação da desoneração da folha de pagamentos. No radar hoje, palestra de Galípolo e relatório de Produção e Vendas da Vale referente ao 2T24.
Abertura:
Na abertura, após a forte alta recente o dólar opera estável, com o índice DXY em leve alta. Futuros têm leve queda em Nova Iorque, com investidores aguardando dados de varejo e números da temporada de balanços. As commodities recuam em peso com piora das expectativas com relação à economia chinesa. Depois de disparar ontem, Bitcoin recua hoje, mas ainda opera acima dos US$ 62 mil.
O que esperar?
Mercado monitora o cenário político local e falas de Galípolo, mas o foco fica mesmo por conta do cenário externo, com dados do Varejo nos Estados Unidos, além do número da temporada de balanços com grandes bancos reportando em NY e varejo de luxo na Europa. No fim do dia, sai relatório de produção e vendas da Vale.