França no vermelho pressiona mercados. Haddad e Tebet tentam acalmar os ânimos.
O Ibovespa reduziu perdas ontem, após tom apaziguador dos ministros Haddad e Simone Tebet acenando para cortes de gastos, mas não foi o suficiente, já que o mundo se mostrou volátil após a sinalização do Fed de cortar os juros apenas uma vez neste ano. Apesar disso, bolsas em Wall Street renovaram recordes, exceto o Dow Jones que ficou praticamente estável. Mercados acordam com a França em forte queda em função de risco político, após Emmanuel Macron ter antecipado as eleições em função da derrota do seu partido para a extrema direita nas eleições parlamentares da União Europeia. Mercado fica de olho hoje no sentimento do consumidor nos EUA e IBC-br por aqui.
*Estados Unidos*
Bolsas em Wall Street fecharam em alta, com o S&P500 e a Nasdaq renovando máxima histórica, mas com o Dow Jones próximo à estabilidade. Mercado repercutiu o movimento de queda nos juros após o PPI vir com desinflação inesperada ontem e pedidos de seguro-desemprego acima das expectativas. Apesar disso, mercado se mostrou volátil, ainda digerindo a sinalização do Fed de que haverá apenas um corte nos juros neste ano. No cenário corporativo, as ações da Adobe disparam 15% no after-market após resultados do segundo trimestre, que superaram as estimativas do mercado. Para hoje o destaque é a divulgação do sentimento do consumidor e expectativas de inflação da Universidade de Michigan além de falas de dirigentes do Fed.
*Mundo*
Mercados asiáticos fecharam em alta, após o banco central japonês manter a taxa de juros inalterada, mas também sinalizando que seguirá comprando os títulos públicos locais, porém reduzirá a compra de títulos, mas os detalhes da redução do ritmo ficaram para a próxima reunião. A exceção do dia foi o Hang Seng de Hong Kong, que fechou em queda pressionado pelos setores de varejo e biofarmacêutico. Na Europa, mercados ontem fecharam em queda após sinalizações do Fed de um corte de juros no ano e também com sinalizações de dirigentes do BCE reforçando a cautela com a inflação e com juro elevado por mais tempo para levar inflação à meta na região. Na abertura de hoje mercado europeu amplia perdas em meio ao risco político na França, com o partido de esquerda divulgando um manifesto hoje em desafio ao crescimento da extrema-direita nas pesquisas.
*Brasil*
Em um dia de apaziguar os ânimos, o mercado brasileiro reduziu perdas após falas de Haddad, Tebet defendendo o compromisso fiscal e acenando para o corte de gastos e Lula também defendeu o ministro da Fazenda em Genebra. Apesar dos acenos positivos, não foi o suficiente para o Ibovespa, que encerrou em queda em meio a um clima misto no exterior. Mercado fica de olho em nova reunião de Haddad com representantes dos bancos após má interpretação em sua última reunião. Será divulgado o IBC-Br de maio hoje com expectativas de crescimento de 0,40% na atividade. No cenário corporativo, Dasa e Amil criam a Ímpar, rede que nasce com R$ 10 bilhões de receita.
*Abertura*
Na abertura, o índice DXY opera em alta, enquanto os futuros em Wall Street apontam para queda e juros das Treasuries ampliam perdas. Petróleo cai e commodities metálicas avançam. Bitcoin amplia perdas e cai mais de 3% nesta manhã.
*O que esperar*
Mercados globais estão apontando para queda, corrigindo as máximas atingidas em Wall Street e preocupados com o risco político na França. Por aqui, a Bolsa pode refletir o humor global, mas curva de juros caindo após Haddad apaziguar os ânimos pode ajudar.