*Reforma Tributária vai para o Senado e hoje mercado olha CPI nos EUA e Varejo no Brasil*
Bolsas internacionais tiveram dia positivo ontem, com novos recordes em Wall Street, após Jerome Powell reforçar que a inflação não precisa estar abaixo de 2% para que o FED comece a cortar os juros. Mercado comemorou e apetite ao risco melhorou. Setor de tecnologia foi o grande destaque. No Brasil, a bolsa ficou estável, apesar dos dados de IPCA melhores que o esperado. Câmara passou o texto que regulamenta a Reforma Tributária e este agora segue para o Senado.
*Estados Unidos:*
As bolsas norte-americanas tiveram um dia de forte alta ontem, com todos os principais índices fechando positivos em cerca de 1%, conforme se consolidam as expectativas de cortes de juros pelo FED, após Powell ressaltar ontem que a inflação não precisa estar abaixo de 2% para que o FED inicie o ciclo de cortes. Todos os 11 setores do S&P 500 avançaram e 80% dos papéis do índice encerraram em campo positivo, com destaque para Tecnologia e Semicondutores. Hoje, futuros recuam levemente, no aguardo do CPI com o consenso apontando possível avanço de 0,2% m/m em junho, acumulando 3,4% a/a. Mercado também se prepara para o PPI amanhã, a inflação ao produtor, além dos resultados dos grandes bancos que dão o kickoff na temporada de balanços. De acordo com a Factset, os lucros dos bancos devem recuar 10% a/a, impactados por menor concessão de crédito e novas provisões. No entanto, lembramos que o mercado ainda espera alta de 9% nos lucros das empresas para esta temporada, sendo boa parte vinda do setor de Tecnologia.
*Mundo:*
Na Ásia, as bolsas encerraram em campo positivo, puxadas pelo desempenho do setor de semicondutores e demais companhias de tecnologia. Tanto Hong Kong quanto o Nikkei tiveram altas expressivas, enquanto na China os índices subiram, também ajudados pelas novas restrições impostas pelo governo sobre operações de venda a descoberto, além de suspensão de negociações de alta-frequência, feitas por algoritmos. Na Europa, as bolsas mantêm a tendencia de alta firme, com investidores reforçando apostas de novos cortes de juros pelo BCE e outros BCs na região. Hoje, mercado processa expectativas de PIB do Reino Unido que apontam crescimento em maio de 0,4%, melhor que as projeções anteriores. Ameaças de processos antidumping entre Europa e China também são acompanhadas de perto pelo mercado.
*Brasil:*
O Ibovespa encerrou estável ontem, com leve alta de 0,09%, ajudado pelos dados de IPCA que vieram melhores que o esperado, o que acabou compensando parcialmente a queda de Petrobras e Vale, ambas refletindo o recuo das commodities. Os papéis dos bancos foram destaque de alta, com Itau e Banco do Brasil liderando. No campo político, a Câmara aprovou o primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária com maior detalhamento das regras do IVA, Imposto sobre Valor Agregado, além de especificar os setores beneficiados com descontos e isenções. Além disso, a carne entra na cesta básica, tornando-se produto isento também. O texto agora segue para o Senado. Hoje, mercado acessa dados do Varejo, que devem mostrar recuo ante a leitura anterior.
*Abertura:*
Na abertura, o índice DXY recua, enquanto futuros operam praticamente de lado, no aguardo do CPI. Os juros das Treasuries de 10 anos estão estáveis, enquanto demais avançam levemente. As commodities estão em alta nesta manhã, seguindo menor aversão ao risco global. O minério de ferro que caiu 1,5% ontem, sobe quase 1% hoje. Bitcoin sobe.
*O que esperar?*
No Brasil, as commodities em alta podem impulsionar as exportadoras e ajudar a dar fôlego ao índice que também digere a aprovação do texto da reforma tributária na Câmara, além de processar dados de varejo que saem hoje. Mercado local monitora dados de inflação nos Estados Unidos e sinais de que o FED possa cortar juros em breve, o que poderia influenciar na decisão de cortes também pelo Bacen.