PPI é foco nos Estados Unidos, além de decisão do BCE e dados do Varejo aqui
A inflação nos Estados Unidos acima do esperado azedou o humor do mercado ontem que passa a questionar o apetite do FED para cortar os juros este ano. No Brasil, porém, o IPCA mostrou que a alta dos preços segue desacelerando, mas mais cortes na Selic podem depender dos próximos passos do FED também. Hoje o foco fica por conta da decisão do BCE, PPI nos EUA e Varejo no Brasil.
Estados Unidos
Depois do CPI acima do esperado, os juros das Treasuries voltaram a subir, com mercados duvidando de que o FED conseguirá entregar os três cortes previstos na Ata do FOMC publicada ontem. Os juros das T-Bonds de 10 anos ultrapassaram os 4,5% e as bolsas caíram, enquanto investidores agora aguardam pelo início da temporada de balanços nos Estados Unidos. As expectativas quanto aos lucros das empresas têm sido revisadas para cima, com otimismo dos investidores quanto aos efeitos da aplicabilidade da Inteligência Artificial na eficiência operacional das empresas. Os grandes bancos abrem a temporada na sexta. Mas antes, mercado acompanha inflação ao produtor com o PPI sendo divulgado hoje, além de falas de membros do FED, buscando sinais na leitura dos últimos dados divulgados.
Mundo
Na Ásia, as bolsas tiveram um dia misto, com os índices chineses avançando, mesmo após a inflação por lá ter vindo abaixo do esperado, reforçando que o consumo interno segue enfraquecido e com dificuldades para ganhar tração. Já no Japão e em Hong Kong, seguindo o mau humor nos Estados Unidos, as bolsas recuaram. Na Europa, as bolsas operam em campo negativo. Hoje tem decisão de política monetária do BCE. As apostas são de manutenção dos juros, mas mercado acompanhará atento o discurso de Lagarde, presidente do Banco, que deve repetir a possibilidade de corte de juros em junho, caso a inflação continue sua trajetória de queda.
Brasil
O Ibovespa encerrou o dia em queda de 1,41%, prejudicado pelo pessimismo que se instaurou nos mercados após o CPI nos Estados Unidos. Nem mesmo o IPCA vindo abaixo do esperado foi suficiente para animar os investidores locais. No entanto, os dados benéficos da inflação podem ajudar a dissipar os receios do Bacen e reforçar o ciclo de cortes nos juros. Mantemos nossa projeção de SELIC a 8,5% para este ano. No campo político, Haddad descartou ajustes aos servidores para este ano e as discussões quanto ao Perse continuam, assim como as incertezas quanto ao fiscal. O Banco Mundial revisou de 1,3% para 1,7% sua projeção para o PIB do Brasil este ano. Hoje mercado monitora dados do Varejo.
Abertura
Os juros das Treasuries mantêm a tendência de alta de ontem, no aguardo de dados do PPI, e os futuros em Wall Street amanhecem em baixa, em meio à cautela após o CPI ontem. O índice DXY recua, após forte alta da véspera. Petróleo cai, antes de relatório da OPEP+ e minério de ferro avança. Bitcoin tem leve recuo, mas opera acima de US$ 70 mil.
O que esperar?
Mercado local fica dependente dos dados de inflação no exterior, com PPI e decisão do BCE hoje. A alta do minério de ferro pode ajudar na recuperação dos papéis da Vale que caíram, mas o Ibovespa pode ficar limitado pela queda da Petrobras, pressionada pelo petróleo, que também recua nos mercados internacionais.