*Eleições na França, IPCA na semana, decisão do FED e inflação ao redor do globo*
Semana começa com instabilidade política na Europa, após Macron antecipar eleições, ao passo que mercados esperam ansiosos pela decisão do FED na quarta. No Brasil, falas de Haddad em encontro fechado reacenderam as preocupações com fiscal e investidores monitoram IPCA amanhã.
*Estados Unidos:*
As bolsas norte-americanas encerraram em queda na sexta-feira, depois do payroll mostrar criação de 272 mil novas vagas, contra expectativas de 180 mil. Os juros voltaram a subir, com mercado preocupado com a dificuldade do FED em cortar juros no restante do ano, em virtude da robustez da economia. Esta semana, teremos reunião do FOMC, na qual se espera manutenção dos juros, mas mercado ficará atento às mensagens passadas por Powell e demais dirigentes da instituição, em busca de sinais sobre o rumo da política monetária norte-americana.
*Mundo:*
Na Ásia, as bolsas estiveram fechadas por conta de feriado local, exceto pelo Nikkei, que encerrou em alta mais uma vez, beneficiado pelos papéis de eletrônicos e bancos. A revisão do PIB japonês mostrou que a economia recuou 1,8% a/a no 1T24, mas o consenso espera por recuperação no 2T. Na China, os esforços do governo para transformar imóveis não vendidos em casas populares não deve resolver a crise imobiliária, de acordo com analistas. Na Europa, as bolsas recuam, em meio às incertezas políticas na região com o avanço de partidos de extrema direita nas eleições parlamentares. A maior queda acontece na bolsa francesa, após o presidente Macron convocar a antecipação de eleições legislativas, resultando da perda esmagadora de seu partido. O avanço da extrema direita na Europa pode influenciar o protecionismo na região. Esta semana, Europa aguarda também dados de inflação.
*Brasil:*
Na sexta-feira, em reunião fechada de Haddad com executivos do setor financeiro, falas do Ministro sobre preocupação com aumento de gastos gerou pânico nos mercados, fazendo a bolsa recuar 1,73% (acumulando -1,09% na semana), e elevando o dólar e as projeções de juros. Isso em momento em que a baixa governabilidade do governo vem dificultando aprovação de pautas importantes para a compensação dos gastos, como a desoneração da folha. Na semana passada, tivemos o PIB do 1T24 que cresceu 0,8%, mas as incertezas com as contas públicas e o cenário de juros nos Estados Unidos acabaram pesando mais. Esta semana, teremos IPCA amanhã, e no político, projeto Mover volta à Câmara e reforma tributária também fica sob discussão.
*Abertura:*
Na abertura, o índice dólar (DXY) avança, enquanto os juros das Treasuries sobem e futuros em Wall Street recuam, em meio à maior aversão ao risco global, com Europa. Petróleo tem leve alta, recuperando as fortes perdas da semana passada, após revisão de produção da OPEP+. Minério de ferro sem cotação, em razão do feriado na China. Bitcoin recua, abaixo dos US$ 70 mil.
*O que esperar?*
A maior aversão ao risco com Europa pode afetar a bolsa local que ainda lida com os embaraços das falas de Haddad na última sexta-feira que sinalizou preocupação com o fiscal. Na semana, inflação fica no radar, assim como decisão de juros nos Estados Unidos.
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