*Copom reduz ritmo de cortes, apesar do doméstico mais favorável*
O Copom reduziu a Selic em 0,25 p.p. destoando do guidance, em reunião marcada por divergências. No exterior, as bolsas tiveram dia misto, diante das expectativas de juros nos Estados Unidos e com investidores atentos aos números da temporada de balanços. Mercado monitora decisão do BC da Inglaterra hoje. E algumas empresas de chips veem correção nos preços das ações, com resultados desacelerando.
*Estados Unidos:*
As bolsas norte-americanas tiveram dia misto, com queda do S&P 500 e Nasdaq, enquanto o Dow avançou levemente. Os juros das Treasuries tiveram avanço tímido, com investidores ponderando as apostas de um ou dois cortes nos juros pelo FED ainda este ano. Membros da instituição tem reforçado a preocupação com o ritmo econômico e o impacto na convergência da inflação à meta de 2%, uma vez que algumas leituras mostram mais um PIB forte para o 2T24. Os juros das T-Notes de 10 anos estava em 4,5%. Hoje, futuros estão em leve queda, com investidores aguardando fala de mais membros do FED e de olho em dados de mercado de trabalho, com pesquisa semanal de seguro-desemprego.
*Mundo:*
Na Ásia, as bolsas encerraram a madruga em direções contrárias. Na China, os índices avançaram, espelhando dados melhores que o esperado da balança comercial. As exportações chinesas cresceram 1,5% a/a, enquanto as importações avançaram 8,4% ante abril.23, sinalizando uma retomada do consumo interno. O setor fabril foi destaque, com exportações de veículos, e nas importações, insumos para tecnologia tiveram aumento significativo. No Japão, o Nikkei recuou, em meio a dados levemente piores de salários e as discussões correntes sobre o mercado de câmbio. Na Europa, as bolsas estão mistas, com foco nos balanços das fabricantes de chips, que decepcionaram, e os papeis recuam. Além disso, teremos hoje decisão do BoE, na qual se espera manutenção dos juros ingleses, mas uma sinalização de que o início de ciclo de cortes se aproxima.
*Brasil:*
O Ibovespa encerrou em alta de 0,21% ontem, puxado pela recuperação dos papéis da BRF, após divulgação dos balanços, e alta de Suzano e Petrobras, retomando das quedas da véspera. O destaque da noite foi a decisão do Copom que, contrariando o guidance dado na última reunião, cortou a Selic em 0,25 p.p., levando a taxa de juros a 10,50%. A decisão mostrou divergência entre os membros e a mensagem trouxe tom de cautela com cenário externo mais adverso exigindo uma política mais contracionista, apesar do claro processo desinflacionário no país. O atual patamar de juros deve seguir pressionando os balanços das empresas, que já veem pesar as despesas financeiras no resultado líquido. Hoje, mercado digere Copom e monitora resultados corporativos.
*Abertura:*
Na abertura, o índice DXY opera em leve alta, enquanto os juros das Treasuries avançam e futuros em Wall Street pendem para o campo negativo. Petróleo sobe, impulsionado por dados melhores que o esperado na China. Bitcoin recua, cotado a US$ 61 mil.
*O que esperar?*
O sentimento de cautela no exterior pode influenciar o mercado local, mas o principal catalisador deve ser a decisão não-unânime do Copom e a mensagem mais hawkish sobre o rumo da Selic. Balanços também ficam no radar, com Eletrobras, Banco do Brasil e Braskem nos destaques.
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