Nem Macron nem Le Pen
A semana começa com surpresa nas eleições francesas, com vitória da centro-esquerda, o que anima os mercados, na esperança de um governo mais equilibrado. As bolsas por lá sobem, mas nos Estados Unidos, mercado foca nos dados de inflação com CPI e PPI nesta semana. Aqui no Brasil, foco na agenda política com reforma tributária e desoneração da folha, além da revisão de benefícios do INSS e dados de varejo e inflação ao longo da semana.
Estados Unidos:
Após encerrarem a semana passada em alta, com apostas consolidadas de que o FED deve entregar ao menos dois cortes este ano nos juros, mercado agora aguarda dados de inflação com CPI e PPI hoje. Os dados de mercado de trabalho na semana passada mostraram que a economia norte-americana pode estar finalmente desacelerando e, se confirmada a trajetória de queda da inflação, pode pavimentar o caminho para que o FED inicie o processo de corte de juros, adotando uma política monetária mais flexível. Os juros das Treasuries recuaram e investidores também atentam ao testemunho de Powell no Congress. No lado corporativo, os grandes bancos norte-americanos iniciam a temporada de balanços nesta sexta-feira, com grandes expectativas por parte de Wall Street que espera uma alta de 9% a/a nos lucros das empresas no 2T24. Já no político, Biden luta para manter sua liderança entre os democratas.
Mundo:
Na Ásia, as bolsas fecharam em sua maioria em queda nesta madrugada. Investidores ficam reticentes quanto ao apoio chinês à economia local enquanto aguardam a reunião anual do Politburo, alto escalão do governo. O Hang Seng, em Hong Kong já recua mais de 14% desde a máxima em maio. No Japão, Nikkei caiu. Já na Europa, sem dúvidas, o destaque é o resultado das eleições francesas, com vitória da coalizão de esquerda, surpreendendo tanto Macron quanto Le Pen. O resultado traz equilíbrio ao parlamento que agora não conta com nenhuma maioria absoluta no governo. As bolsas por lá avançam nesta manhã.
Brasil:
O Ibovespa encerrou a semana com ganhos de 1,91%, enquanto o dólar recuou para R$ 5,46, ambos respirando aliviados pela sinalização do governo quanto ao compromisso fiscal, além dos dados melhores que o esperado do payroll nos Estados Unidos, contribuindo para correção nas curvas de juros. No campo político, o foco da agenda parlamentar está na viabilização da aprovação da Reforma Tributária na Câmara, enquanto no Senado, a pauta continua focada na desoneração da folha, bem como no projeto que trata da dívida dos estados com a União. Dando continuidade ao plano de contingenciamento de cerca de R$ 25,9 bi anunciado pelo governo, o INSS fará revisão de benefícios de 800 mil pessoas. Na agenda semanal, temos dados do Varejo e IPCA
Abertura:
Na abertura, o índice DXY opera estável, enquanto os juros das Treasuries têm leve avanço nesta manhã, após recuarem majoritariamente semana passada. Futuros em Wall Street estão de lado. Bitcoin recua, junto com outras criptomoedas. Já para as commodities, petróleo recua, mesmo com ameaças de furacão nos Estados Unidos e incêndios no Canadá prejudicarem pelo lado da oferta. Minério de ferro também cede.
O que esperar?
Em dia mais calmo nos Estados Unidos, com investidor internacional de olho na inflação, e bolsas em alta na Europa, com resultado das eleições francesas, a bolsa brasileira deve ter um dia mais ameno, apesar da queda das commodities trazer certa pressão às exportadoras.
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