Os mercados fecharam majoritariamente em campo positivo ontem, motivados ainda pela esperança de cortes de juros pelo FED este ano, mas a inflação persistente tem colocado pontos de questionamentos nesta narrativa. No Brasil, os resultados do Itaú foram bem recebidos pelos investidores e as ações subiram, puxando o Ibovespa.

*Estados Unidos:*
Os índices norte-americanos tiveram morno, com S&P 500 e Dow avançando enquanto Nasdaq teve leve correção. Investidores mantem o otimismo com as apostas de cortes de juros pelo FED este ano, no entanto a inflação ainda acima da meta preocupa e torna difícil o trabalho do FED para entregar os cortes esperados. Os juros das Treasuries de 10 anos recuaram pela quinta sessão consecutiva ontem, em 4,45%. No corporativo, conforme a temporada de balanços vai chegando ao fim, mercado passa a questionar se preços estariam ou não esticados, enquanto recebem resultados da Nvidia e completam a série de balanços de tecnologia e inteligência artificial. Hoje, mercados estão de lado, no aguardo de fala de membros do FED e papeis da Reddit disparam no pre-mercado, após balanço.

*Mundo:*
Em dia sem grandes catalisadores, as bolsas asiáticas recuaram, devolvendo parte dos lucros recentes. No Japão, o Nikkei teve forte recuo com resultados decepcionantes e venda generalizada dos papéis das fabricantes de chips e o iene segue no meio das discussões sobre interferência do BoJ. Na China, as bolsas recuaram, com destaque para o Hang Seng que, apesar de ter amanhecido em alta, reverteu e recuou quase 1%. As exportações de Taiwan recuaram 4,3% em abril, com menor demanda global de eletrônicos. Na Europa, as bolsas avançam. A produção industrial alemã mostrou novamente fraqueza, mas menos que o esperado. Localmente, investidores passam a precificar início de corte de juros pelo BCE antes do FED.

*Brasil:*
A bolsa brasileira encerrou em alta de 0,58%, beneficiada, principalmente, pela alta dos papéis do Itau após o forte resultado apresentado pelo banco, além de expectativas de maiores dividendos. Na ponta contrária, Embraer recuou, em reflexo ao balanço mais fraco, e Suzano caiu cerca de 12%, depois de rumores de que a companhia estaria tentando comprar a International Paper. No político, Congresso aprova estado de calamidade pública para o RS. Haddad se comprometeu a apresentar nova proposta para reoneração gradual da folha de pagamentos. Projeto que trata de imposto de importações sobre compras até US$ 50 volta a ser discutido. Mercado hoje aguarda decisão do Copom, com apostas divididas entre corte de 0,50 ou 0,25 p.p. na SELIC, e olha dados do Varejo, Balança Comercial e IGP-DI.

*Abertura:*
Na abertura, o índice DXY está em leve alta, os juros das Treasuries recuam e futuros em Wall Street estão de lado. Petróleo recua para menor nível deste março, com projeções de alta dos estoques nos Estados Unidos e com mercados de olho nos conflitos no Oriente Médio. Minério de ferro segue sua trajetória de recuperação, revertendo parte das perdas do ano. Bitcoin opera em queda nesta manhã.

*O que esperar?*
Com bolsas de lado em Wall Street, mercado local foca na reunião do Copom e a magnitude do corte que deve ser anunciado para a Selic hoje, uma vez que RCN vem sinalizando a preocupação com o diferencial de juros com Estados Unidos, apesar da queda da inflação por aqui. Temporada de balanços também fica no radar com Telefônica e Ambev.

Cadastre-se para receber nossas análises https://interinvest.inter.co/