Macroeconomia


Bom dia, Inter! – 07/08/24

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Gabriela Joubert

Publicado 07/ago

Mercados positivos, mas cautela prevalece

Depois de um início de semana conturbado, com sell-off generalizado em meio a receios de uma recessão nos Estados Unidos, os mercados voltam à racionalidade e reavaliam os riscos correntes, mantendo a cautela, mas sem o pânico da segunda-feira, ajudado também pelo BoJ. No Brasil, Copom traz ata mais hawkish e sinaliza o fiscal como ponto de atenção.

Estados Unidos:
Revertendo as fortes perdas da segunda-feira, os índices norte-americanos encerraram a terça em alta de cerca de 1%, enquanto os juros das Treasuries subiram um pouco, mas com o T-Bond 10 anos encerrando ainda abaixo de 4%. Mercado passa a reacessar os eventos recentes que desencadearam os receios de que os Estados Unidos estariam caminhando para uma recessão e passam a ponderar as informações. De qualquer maneira, os dados macroeconômicos mostram algum enfraquecimento, em especial no mercado de trabalho, assim como a inflação convergindo à meta ajudam no processo de decisão do FED, que pode entregar um corte em setembro.

Mundo:
Na Ásia, as bolsas tiveram madrugada positiva, com destaque para o Nikkei que vem recuperando desde a queda de 12% na segunda-feira. O diretor do BC japonês, Shinichi Uchida, veio a público reforçar que o BoJ não deve aumentar os juros neste momento, acalmando os mercados. No entanto, as discussões sobre os eventos recentes ainda levam em consideração os efeitos do carry trade sobre o iene, que podem seguir trazendo alguma pressão. Na China, as crescentes desavenças com Europa e Estados Unidos levaram a uma queda nas exportações em julho, que avançaram 7% a/a, menos que o esperado. No entanto, as importações surpreenderam, subindo 7,2% a/a, podendo sinalizar alguma melhora no consumo interno no país. Na Europa, as bolsas sobem, beneficiadas pela melhora do humor global e alguns resultados corporativos que batem as expectativas, apesar de trazerem um outlook mais adverso para o restante do ano.

Brasil:
Seguindo a recuperação dos mercados globais, o Ibovespa avançou 0,80% ontem e o dólar fechou em R$ 5,65. Petrobras e Vale também subiram, mas o destaque ficou por conta dos bancos, com Bradesco liderando, após resultados melhores que o esperado. O Bacen divulgou a Ata da última reunião do Copom, trazendo uma mensagem bem mais hawkish, sinalizando que o Comitê poderá subir os juros, sem necessário, e trazendo ainda mais ruídos ao cenário local. A Ata também reforçou que o atual patamar de juros segue bastante restritivo e foi mais dura com o fiscal, destacando que a recente evolução traz maior percepção de risco, impactando o prêmio. Mantemos nossas projeções de Selic em 10,5% para o fim deste ano.

Abertura:
Na abertura, o índice dólar (DXY) avança 0,25%, enquanto futuros sobem em Nova Iorque, assim como os juros das Treasuries. O dia é de alta generalizada e commodities também avançam em bloco, exceto pelo minério de ferro, que recua com exportações mais fracas na China. Bitcoin sobe.

O que esperar?
O bom humor global pode ajudar na alta do Ibovespa, mas as commodities mistas podem pressionar. A temporada de balanços também fica no radar dos investidores e deve seguir fazendo preço.


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