Macroeconomia


Bom dia, Inter! 07/06/2024

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Matheus Amaral

Publicado 07/jun

Ânimo europeu com BCE resgata Ibovespa, mas Payroll hoje traz de volta o foco ao Fed.

Mesmo com as bolsas em Wall Street beirando a estabilidade, o Ibovespa acabou reagindo às recentes quedas e apresentou forte alta no pregão de ontem, impulsionada pelo ânimo no mercado europeu após o esperado corte de juros feito pelo BCE. Indicadores nos EUA como os pedidos de seguro-desemprego mais altos que a expectativa também trouxeram algum alívio nos dados norte americanos, que pressionam a política monetária, mas o mercado lá espera mesmo o payroll de hoje para buscar evidências de corte em setembro pelo Fed.

*Estados Unidos*
O mercado norte americano fechou em tom de ressaca ontem, após sucessivas altas, com papéis da Nvidia apresentando leve correção, enquanto investidores aguardam dados do payroll hoje e mal reagiram aos dados positivos dos pedidos de seguro desemprego que vieram acima do esperado, mas que na média de quatro semanas se mostram acomodados. A esperança do mercado para que o Fed pegue o embalo no corte de juros iniciado pelo Canadá e pelo BCE ontem, pode vir no payroll de hoje caso venha abaixo da expectativa de criação de 185 mil postos de trabalho para maio. No cenário corporativo, a GameStop ganha novamente os holofotes com mais uma alta expressiva após anúncio de uma live hoje de Keith Gill, o precursor as “meme stocks”, onde deve falar sobre seu investimento em papéis da companhia.

*Mundo*
Bolsas asiáticas encerraram o pregão sem direção definida, com dados da balança comercial da China mistos, mas superando as expectativas nas exportações e no superávit comercial. Apesar disso, bolsas na china continental poeraram próximas à estabilidade e Hong Kong caiu. Mercado indiano foi destaque positivo, mesmo com manutenção dos juros por lá e uma inflação ainda acima da meta, mas com forte crescimento da atividade vindo dos gastos do governo com infraestrutura e avanço da construção. Após atingir máximas históricas com o corte de juros feito pelo BCE ontem, as bolsas europeias amanhecem em tom de correção, aguardando pelos dados do Payroll a serem divulgados hoje. Apesar dos ânimos o tom dos dirigentes do BCE ainda é de cautela com a inflação.

*Brasil*
O Ibovespa finalmente reagiu das recentes perdas com o humor global, principalmente do mercado europeu, renovado após o BCE cortar os juros. Além disso, a alta nos preços das commodities favoreceram os pesos pesados do índice como Vale e Petrobras e a aprovação da “taxa das blusinhas” (20% sobre compras internacionais até US$50) na Câmara dos deputados também contribuiu para a alta das varejistas. Papéis da Zamp dispararam após a compra da operação da Starbucks no Brasil, apesar de analistas ainda mostrarem preocupações sobre o foco da companhia na sua operação principal, o Burger King. No cenário corporativo, é destaque o comentário do CFO da Vale de que a China atingiu seu pico na demanda por minério de ferro e a decisão da Petrobras em reativar as atividades da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados. Mercado monitora o IGP-DI e dados da produção e venda de veículos.

*Abertura*
Na abertura, o índice dólar (DXY) opera em leve baixa, enquanto os juros das Treasuries avançam, aguardando os dados do Payroll e futuros em Wall Street apresentam leve alta. Petróleo opera próximo à estabilidade e o contrato futuro do minério de ferro avança. Destaque para o ouro, que cai quase 1,5% com notícia de que a China interrompeu as compras do metal ao longo de maio.

*O que esperar*
Com mercado europeu em correção após recordes, mercados voltam a atenção para os próximos passos do Fed com a divulgação do Payroll hoje pela manhã. Por aqui, Ibovespa pode depender do humor global com o foco do mercado hoje no Payroll.


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