*Canada corta juros, BCE pode ser o próximo e Nvidia bate US$ 3 tri*
As bolsas encerraram em campo positivo ontem nos Estados Unidos em reflexo às apostas de cortes de juros pelo FED, conforme dados de mercado de trabalho arrefecem. Ontem Canada foi o primeiro país do G7 a dar início ao seu ciclo de cortes e hoje mesma decisão é esperada pelo BCE. No Brasil, a bolsa caiu 0,32%, puxada pelos papéis da Vale. Nvidia chega a US$ 3 trilhões.
*Estados Unidos:*
Os dados do relatório ADP ontem mostraram menor crescimento desde janeiro, vindo abaixo, inclusive da média de 194 mil novos postos, em 152 mil. Ao mesmo tempo, a atividade segue forte com o PMI de Serviços avançando fortemente para 53,8 pts. Os dados de mercado de trabalho abaixo do esperado têm reforçado as apostas de que o FED possa entregar ao menos dois cortes ainda este ano. Com isso, os juros das Treasuries recuaram, mas o receio de recessão tem voltado ao radar dos investidores. No corporativo, os papéis da Nvidia subiram mais 2% e a empresa alcançou o valor de mercado de US$ 3 trilhões, ultrapassando a líder Apple. Mercado agora volta sua atenção à decisão do BCE hoje e aos dados de payroll amanhã.
*Mundo:*
As bolsas asiáticas tiveram um dia misto ontem, com os índices voltados à tecnologia avançando, mas com recuo das bolsas chinesas. Em Taiwan, a bolsa bateu novo recorde depois que a TSMC, maior fabricante de semicondutores do mundo, anunciou programa de recompra de suas ações. No Japão, Nikkei subiu, mas mercado atenta à mensagem de Nakamura, membro do BoJ, sobre manutenção da política monetária atual, divergindo das apostas de mais uma alta nos juros por lá. Na Europa, a atenção se concentra na decisão do BCE hoje que deve anunciar um corte de 0,25 bps, antecipando-se ao FED. No entanto, mercado aguardará o discurso de Lagarde, tentando entender os próximos passos da autoridade monetária europeia. Na frente macro, pedidos fabris na Alemanha recuaram novamente, assim como as vendas ao varejo na zona do euro, que caíram mais que o esperado. A bateria de dados fracos, juntamente com a trajetória de queda da inflação têm colaborado para as apostas de que o BCs na região estejam prontos para iniciar seu ciclo de cortes.
*Brasil:*
A bolsa brasileira fechou na contramão dos pares internacionais, em queda de 0,32%, enquanto o dólar subiu para R$ 5,30. A queda do minério de ferro e aumento dos estoques nos portos chineses pesou nos papéis da Vale, o que acabou puxando o índice para baixo. Do lado macro, a produção industrial recuou um pouco mais que o projetado, queda de 0,5% versus 0,4% do consenso, mas ainda acumula crescimento de 3,5% no ano. As principais influências negativas vieram da indústria extrativa e produtos alimentícios, enquanto automotivo foi o principal dado positivo. No político, o Senado aprovou ontem o Mover, o que inclui a taxação de remessas internacionais até US$ 50, conhecida como “taxação da blusinha”. A MP sobre crédito do PIS/COFINS segue repercutindo na Confederação Nacional da Indústria, gerando desconforto ao governo.
*Abertura:*
Na abertura, o índice dólar (DXY) opera estável, enquanto os juros das Treasuries avançam, devolvendo parte da forte queda da véspera, e futuros em Wall Street estão sem direção definida, com Nasdaq em alta, puxado por Nvidia. Petróleo sobe, assim como algumas commodities metálicas, com destaque para o cobre. Bitcoin recua, mas opera ainda acima dos US$ 70 mil.
*O que esperar?*
Mercado local monitora hoje o cenário político e avanços de pautas delicadas, como a aprovação do Mover. No entanto, o cenário externo ainda fica no radar, com as apostas de cortes pelo BCE hoje, enquanto mercado monitora dados de mercado de trabalho nos Estados Unidos. As commodities em alta podem ajudar a bolsa local.
Cadastre-se para receber nossas análises https://interinvest.inter.co/