Macroeconomia


Bom dia, Inter! 05/08/2024

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Gabriela Joubert

Publicado 05/ago

Pânico geral: haverá recessão?

A semana começa com quedas generalizadas nos mercados globais, com destaque para o Nikkei que entrou em circuit-break e fechou em baixa de 12%, conforme mercados entram em pânico, retomando as apostas de recessão nos Estados Unidos. No Brasil, mercados olham exterior, mas também a volta do Congresso do recesso de julho e esta semana o foco se volta à temporada de balanços.

Estados Unidos

Futuros em Nova Iorque hoje acompanham o sell off do setor de tecnologia observado nas bolsas globais, com Nasdaq recuando mais de 6% e S&P 500 4%, conforme o mercado questiona a possibilidade de os Estados Unidos estarem caminhando para uma recessão. O sentimento vem após os dados mais fracos que o esperado de mercado de trabalho, com destaque para o payroll. Investidores reveem suas apostas e questionam que talvez o FED tenha demorado demais para iniciar o ciclo de cortes, levando a uma desaceleração mais forte da economia, isso após terem descartado, há apenas dois meses, o cenário de recessão de suas análises. A temporada de balanços também não ajuda, com as empresas de tecnologia revisando suas projeções para o ano. A pá de cal foi a notícia no fim de semana de que Warren Buffet reduziu em 50% sua posição na Apple, estando agora muito mais posicionado em caixa. Mercado aguarda dados de atividade, com PMIs hoje.

Mundo

Na Ásia, as bolsas recuaram nesta madrugada, mas o destaque ficou pela queda de 12% do Nikkei, levando o mercado acionário japonês a entrar em bear market. O diferencial de juros entre EUA e Japão também pressionou as moedas com o iene valorizando a 142, após ter chegado a 161 no início de julho. Vimos também um rali no mercado de bonds na região, com receios de que o FED tenha que acelerar os cortes de juros. Na China, as bolsas também recuaram, mas menos que os pares regionais. No Velho Continente, as bolsas também recuam, mas setores mais defensivos ajudam a segurar os índices. Dados de PMI mostram que a atividade na zona do euro está no menor nível em cinco meses e mercado segue precificando ao menos dois cortes de juros pelo BCE ainda este ano.

Brasil

Seguindo o observado nos mercados globais, o Ibovespa encerrou a sexta em queda de 1,21%, acumulando baixa de 1,33% na semana, com o dólar fechando em R$ 5,73. Empresas voltadas à economia global foram os principais contribuintes para a queda, com destaque à Vale, Petrobras e Weg. Itau também recuou. Para esta semana, o Congresso volta do recesso e devemos ver também a volta das discussões sobre a reoneração da folha e a reforma tributária. Além disso, no político, posicionamento quanto à Venezuela gera desgastes no governo, enquanto governo busca acordos para nomeação do novo presidente do BC. Investidores também se preparam para balanços dos grandes bancos esta semana, com Bradesco, Itau e Banco do Brasil, além de Petrobras, Eletrobras, Embraer, Suzano e B3.

Abertura

Na abertura, o índice dólar (DXY) recua e futuros em Wall Street seguem o sell off global e caem. Os juros das Treasuries têm leve recuperação, após despencarem nos últimos dias. Commodities recuam em peso, com desaceleração econômica global pesando mais que as incertezas quanto à oferta por conta dos conflitos no Oriente Médio. Criptoativos também cedem e Bitcoin estava em queda de mais de 12% nesta manhã.

O que esperar

A venda generalizada dos ativos de riscos nos mercados internacionais deve, obviamente, pesar no índice brasileiro, que

ainda deve ser pressionado pelo forte recuo das commodities. A agenda política local também deve interferir, juntamente com os balanços da temporada.


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