Payroll e fiscal seguem no foco dos investidores
Na volta do feriado, deveremos ter ainda um dia de menor volume negociado, mas futuros em Nova Iorque ficam praticamente de lado, enquanto mercado aguarda o payroll agora de manhã. No Brasil, o foco ainda é o fiscal e o comprometimento do governo, bem como o andamento da reforma tributária no Congresso.
Estados Unidos:
Na volta do feriado, mas em dia também de negociações reduzidas, futuros em Wall Street estão de lado, enquanto mercado aguarda dados de payroll que saem hoje cedo. Os números podem trazer mais uma sinalização de que a economia norte-americana vem desacelerando, ou ao menos acomodando, o que poderia solidificar as expectativas de um corte de juros pelo FED já em setembro. As expectativas são de criação de 190 mil vagas, abaixo das 272 mil observadas em maio. Pelos mais precavidos, ficam no destaque a temporada de balanços do 2T24 e o alto patamar das expectativas com os resultados das companhias, com o consenso das ruas projetando um crescimento de cerca de 9% a/a nos lucros.
Mundo:
Na Ásia, os principais índices recuaram nesta madrugada. Na China, as blue chips recuaram novamente, apesar dos estímulos do PBoC ao mercado, em especial buscando mais equilíbrio ao recente rali de bonds. No Japão, o recorde da bolsa impulsiona o sentimento local, com setores importantes como manufatura sendo beneficiados pela variação cambial. No entanto, o rebalanceamento de alguns ETFs pode trazer alguma correção no curto prazo. Já na Europa, as bolsas avançam e o foco fica por conta das eleições no Reino Unido, onde o Partido Trabalhista venceu com folga a maioria parlamentar, encerrando 14 anos de maioria conservadora e o novo governo terá que lidar com o desafio de trazer o crescimento de volta à região. Mercado também aguarda decisão das eleições parlamentares na França este fim de semana. No calendário macro, vimos forte recuo da produção industrial tanto na Alemanha quanto na França.
Brasil:
Ontem tivemos um dia de alívio das pressões recentes nos mercados e a bolsa avançou 0,4%, enquanto o dólar recuou a R$ 5,49, após o governo anunciar o contingenciamento de R$ 25,9 bi em despesas obrigatórias e sinalizar compromisso com o fiscal. Os juros futuros também caíram em todos os vértices e, com isso, papéis de setores mais sensíveis aos juros avançaram, como Varejo e Construção. O GT da Câmara que trata sobre a reforma tributária apresentou a primeira versão do texto, mantendo a isenção dos fundos de investimentos, enquanto importação de petróleo, gás e minério de ferro terá imposto seletivo, assim como jogos de azar e veículos.
Abertura:
Na abertura, o índice DXY recua e os índices em Nova Iorque indicam leve alta, enquanto os juros das Treasuries recuam, reduzindo parte da forte alta da semana. Bitcoin volta a cair e acumula perdas de mais de 11% no mês. Pelo lado das commodities, petróleo recua, enquanto metálicas estão mistas, mas destaque para a queda do minério de ferro.
O que esperar?
Devemos ter um dia ainda de volumes reduzidos, seguindo o clima nos Estados Unidos, e mercado local monitora, além do payroll lá fora, os bastidores políticos com a reforma tributária e posicionamento do governo quanto ao fiscal. As commodities mistas podem trazer alguma volatilidade e setores mais voltados ao mercado interno podem seguir recuperando das perdas recentes.