Macroeconomia


Bom dia, Inter! – 04/06/24

GAbi Joubert perfil 2

Gabriela Joubert

Publicado 04/jun

*PIB do Brasil no radar e mercados externos seguem cautelosos com inflação e atividade*

O desempenho das Big Techs tem mascarado a piora de humor do mercado quanto ao nível de juros para os próximos meses. A inflação segue acima da meta e com dificuldades de desacelerar, tornando difícil o papel dos BCs, inclusive no Brasil. Ontem, as bolsas nos Estados Unidos encerram mistas, com setor de tecnologia em alta, enquanto demais segmentos recuaram. No Brasil, Ibovespa ficou de lado, com queda das exportadoras e avanço dos grandes bancos.

*Estados Unidos:*
Os índices norte-americanos encerraram o dia sem direção definida ontem, com alta dos setores ligados à tecnologia e queda dos demais, conforme o desempenho das Mega Caps e das empresas de AI vai mascarando a preocupação com juros mais altos por mais tempo em razão das pressões inflacionárias que ainda seguem. Entretanto, investidores passam a dar uma atenção especial a alguns sinais de atividade que começam a mostrar enfraquecimento. Hoje, futuros recuam e os juros da Treasuries trazem certo alívio, enquanto mercados aguardam o relatório JOLTs e dados de pedido da indústria, antes do payroll na sexta-feira, atentos à evolução dos números macroeconômicos e tentando antecipar os movimentos do FED para o restante do ano.

*Mundo:*
Na Ásia, as bolsas tiveram madrugada negativa em sua maioria. Na China, dados de real estate mostraram leve melhora, com vendas de novas casas recuando menos que no mês anterior e preços de imóveis avançando 11,5% m/m em maio. Pesquisa também mostrou maior interesse em novos projetos residenciais. No entanto, ainda existe ceticismo quanto à recuperação do mercado imobiliário chinês, uma vez que a renda familiar vem caindo e o sentimento do consumidor, enfraquecendo. No Japão, aumentam as apostas de nova alta nos juros pelo BoJ em julho. Na Europa, mercados estão em queda nesta manhã, antes da decisão do BCE esta semana, processando dados de inflação piores do que o esperado e que podem dificultar a decisão quanto a cortes nos juros na região. Ao mesmo tempo, a taxa de desemprego na Alemanha voltou a subir, confirmando o momento difícil de atividade para, não apenas o país, mas toda a região.

*Brasil:*
O Ibovespa encerrou ontem perto da estabilidade, com leve recuo de 0,05%, influenciado pelo recuo das exportadoras, como Vale e Petrobras, mas com bancos segurando na ponta positiva, em destaque para o Itau e Banco do Brasil. O dólar encerrou também estável, em R$ 5,25. No campo político, além dos impasses com o Congresso, governo agora também se preocupa com sua popularidade, uma vez que pesquisas mostram que a desaprovação está subindo desde o início do ano. Ao mesmo tempo, governo envia ao Congresso texto sobre a reforma tributária e Senado avança para votação do Programa Mover e a cobrança de 20% sobre importações até US$ 50. Mas, o destaque de hoje é o PIB do 1T24, que deve mostrar crescimento de 0,7%, além da divulgação das medidas compensatórias para a desoneração da folha de pagamentos.

*Abertura:*
Na abertura, o índice DXY tem leve alta, enquanto juros das Treasuries trazem certo alívio, mas futuros em Wall Street recuam. Petróleo cai, refletindo sinalização da OPEP quanto à encerramento de cortes voluntários na oferta no fim do ano. Bitcoin avança 2,3% e commodities metálicas também caem.

*O que esperar?*
Mercado local tem dia agitado hoje com PIB do 1T24 e agenda política robusta, com texto da reforma tributária, medidas sobre a desoneração da folha e votação do Mover, que inclui tributação de importados até US$ 50. Além disso, investidores mantêm a cautela, com exterior mais adverso quanto a juros e inflação.


Compartilhe essa notícia

Receba nossas análises por e-mail