*Mercados aguardam dados macro e no Brasil governo traça estratégia junto ao Congresso*
Descolado dos pares internacionais, a bolsa brasileira encerrou mais um mês em queda, aumentando a diferença ante o S&P 500. Por lá, apesar de perdendo o entusiasmo, a preferência por AI e tecnologia prevalece, mas agora mercado monitora dados macroeconômicos nos Estados Unidos e Europa, buscando sinais dos próximos passos dos Bancos Centrais quanto aos juros das principais economias globais.
*Estados Unidos:*
As bolsas norte-americanas encerraram mais um mês em campo positivo, mas na semana o balanço foi negativo, com investidores reduzindo o entusiasmo com AI, e repensando a direção da política monetária conduzida pelo FED no restante do ano. Na sexta, o PCE mostrou que a inflação ficou praticamente estável na última leitura, e após a divulgação, os investidores elevaram as apostas de corte em setembro de 49% para 53%. Na semana, uma bateria de dados novos sobre o mercado de trabalho é esperada, com destaque para o payroll na sexta, e mercado acompanha ansioso, uma vez que a decisão do FED deve ficar ainda mais dependente da evolução dos dados macroeconômicos. Teremos também os PMIs de Serviço e Manufatura no radar dos investidores. Futuros hoje sobem, com as ações da GameStop dobrando em valor, após post de Keith Gill no Reddit dar novo fôlego às meme stocks.
*Mundo:*
Na Ásia, os mercados fecharam majoritariamente em alta, começando o mês com renovação do apetite ao risco, com receios sobre inflação e juros nos Estados Unidos dissipados, após o PCE na sexta, e conforme a liquidez global segue em patamar também elevado. Na China, teremos balança comercial e dados de atividade. Destaques de alta para o Hang Seng e o Nikkei, puxados pelo setor automotivo, em especial elétricos. Na Europa, as bolsas sobem hoje em meio a maior otimismo de que o BCE inicie seu ciclo de cortes de juros na próxima reunião. Os dados de inflação na semana passada mostraram leve alta, trazendo algumas incertezas ao cenário, mas a dificuldade da economia local tem sido mais evidente, ao mesmo tempo que a inflação segue em seu processo de desaceleração, facilitando a decisão do BCE rumo ao primeiro corte, mesmo antes do FED.
*Brasil:*
Na sexta-feira, o Ibovespa encerrou em queda de 0,5%, em movimento contrário aos seus pares externos, que aliás também foi consolidado na performance mensal, com a bolsa brasileira recuando mais de 3% no mês, enquanto o S&P500 entregou nova alta de 5%. Esta semana, mercado local monitora dados do PIB do 1T24, enquanto absorve dados de mercado de trabalho e a desancoragem das expectativas de inflação que, juntamente com o cenário externo mais complexo quanto à inflação e juros, têm dificultado a atuação do Bacen na entrega de cortes na Selic previstos para este ano. No campo político, após as derrotas da semana passada, Lula se reúne com liderança para definir novo plano de atuação junto ao Congresso. Mercado aguarda também MP que cria a compensação da desoneração da folha de pagamento.
*Abertura:*
Na abertura, o índice DXY sobe e futuros em Nova Iorque avançam, ao mesmo tempo em que os juros das Treasuries perdem um pouco de força. Petróleo recua, mas ouro avança e bitcoin sobe quase 2%, beirando os US$ 69 mil.
*O que esperar?*
Mercado local monitora cenário externo, mas principalmente agenda política interna, uma vez que as contas públicas seguem no radar, assim como as expectativas de inflação e juros. As movimentações do governo sobre reforma tributária, reoneração da folha e articulações junto ao Congresso são os destaques. Investidores olham também PIB na terça.