Apple anuncia recompra e otimismo se mantém antes de payroll
As bolsas tiveram um dia positivo ontem, no geral, com os mercados respirando com certo alívio após Powell descartar novo aumento nos juros este ano. A aversão ao risco diminuiu e o dólar perdeu força ante outras moedas. A OCDE revisou para cima suas projeções de crescimento do PIB global, puxadas principalmente pela visão mais otimista para a economia norte-americana. No Brasil, o Ibovespa subiu, puxado principalmente pelas Blue Chips.
*Estados Unidos:*
No dia após o FOMC e Powell, mercados tiveram forte recuperação, com as bolsas retomando das perdas dos dias anteriores e os juros das Treasuries recuando, conforme os receios de novo aumento nos juros forma dissipados. No entanto, dados de mercado de trabalho mostram que a situação nos Estados Unidos segue apertada, com a economia resiliente e poder econômico da população mantido, levando a apostas de que a inflação fique acima da meta ainda por um tempo. No campo corporativo, a Apple trouxe resultados levemente melhores que o esperado, com boa recuperação na China e avanço de receitas, mas o que agradou mesmo foi o anúncio de um programa de recompra de ações no valor de US$ 110 bi, o maior da história da empresa. Hoje, mercados aguardam ansiosos pelo payroll.
*Mundo:*
As bolsas asiáticas encerraram majoritariamente em alta nesta madrugada, com destaque para a bolsa de Hong Kong, que segue firme em seu bull market, beneficiada pela alta dos papeis de tecnologia. No Japão, há mais evidências de que o governo está interferindo no mercado cambial e o iene subiu. Na China, os mercados seguem fechados e os primeiros dados da Golden Week mostram forte avanço nos números de viagens e turismo na comparação anual. Em reunião esta semana, o Politburo sinalizou que está explorando alternativas para a crise imobiliária no país, podendo vir, inclusive, de corte nos juros. Já na Europa, as bolsas sobem, seguindo o maior apetite ao risco global. Os PMIs industriais mostraram desaceleração na região e o BCE dá sinais de que o início de cortes nos juros está próximo, conforme inflação mantém a clara tendência de desaceleração. No corporativo, as mineradoras são destaques de alta com Glencore entrando na disputa pela aquisição da Anglo American.
*Brasil:*
Na volta do feriado, a bolsa brasileira encerrou em forte alta, puxada pelas Blue Chips, em especial Vale, Petrobras e Itau, em um claro flight to quality dos investidores. O dólar teve forte recuo e fechou em R$ 5,11. A Câmara de São Paulo aprovou projeto sobre Privatização da Sabesp em segundo turno de votação. A regulamentação da Reforma Tributária segue como principal foco de atuação do governo junto ao Congresso, assim como as discussões sobre a folha de pagamento. Hoje teremos Produção Industrial e a expectativa é de avanço de 1,4% em março, revertendo a queda de fevereiro. Teremos também os dados de crédito. No Corporativo, balanços da Gerdau e Iguatemi ficam no radar.
*Abertura:*
Na abertura, futuros em Nova Iorque avançam, puxados pelas ações da Apple, antes do foco se virar para os dados de payroll que serão divulgados hoje. Os juros das Treasuries operam mistos, mas próximos da estabilidade. O índice DXY tem leve queda e o petróleo sobe, com revisão positiva do PIB global. Bitcoin também recupera.
*O que esperar?*
O clima mais positivo no exterior deve ajudar a bolsa brasileira que também acompanha de perto Produção Industrial aqui e balanços da Gerdau e Iguatemi, além do payroll nos Estados Unidos. Político fica no radar, com as desavenças entre Governo e Congresso e os impactos no fiscal.