Macroeconomia


Bom dia, Inter! 02/04/2024

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Gabriela Joubert

Publicado 02/abr

Mercados viram com apostas de FED mais precavido

Revertendo sinais da abertura, os juros das Treasuries voltaram a subir e as bolsas recuaram em sua maioria, seguindo o aumento dos receios dos investidores quanto à quantidade de cortes trazidas pelo FED ainda este ano. O setor de tecnologia foi o único a avançar, puxando índices como

Nasdaq e o HSI em Hong Kong. No Brasil, a bolsa recuou novamente e o dólar fechou em R$ 5,05.

Estados Unidos

Os mercados norte-americanos azedaram o humor ao longo do dia de ontem, com alguns investidores receosos de que o FED poderá trazer menos cortes do que os três esperados para o ano. O pessimismo ganhou força com mercado reacessando o discurso de Powell e a sinalização de que a instituição não tem pressa para cortar os juros, a menos que a inflação esteja realmente caminhando em direção à meta. Na semana, mercados saberão dados de mercado de trabalho, com payroll na sexta. As expectativas são de adição de 200 mil novas vagas, volume ainda alto e que preocupa quanto às pressões inflacionárias. No corporativo, os papéis da empresa de mídia de Trump chegaram a cair 21% ontem, após dificuldades de liquidez no fim do ano passado. Papeis da Tesla também recuaram, seguindo anúncio de corte nos preços de seus veículos e revisão de projeções de analistas.

Mundo

Na Ásia, as bolsas na China fecharam em leve queda, mas os papeis das fabricantes de veículos elétricos avançaram, após reportarem números fortes de vendas no 1T24. Em Hong Kong, a bolsa subiu mais de 2%, ajudada pelo setor de tecnologia, na volta do feriado. Destaque para os papéis da Xiaomi, que dispararam com a alta demanda de seu novo veículo elétrico, conforme a empresa entra no segmento. No Japão, o Nikkei

ficou praticamente de lado, ajustando apostas sobre a política monetária local. Na Europa, as bolsas estão mistas nesta manhã, enquanto mercado se prepara para os balanços do 1T24. Analistas esperam que os lucros das empresas locais avancem 4% a/a, o que poderia dar continuidade à tendência de alta que temos visto nos mercados europeus desde o ano passado.

Brasil

O Ibovespa encerrou ontem em queda de 0,87% enquanto o dólar avançou para R$ 5,05, seguindo o maior pessimismo que tomou conta dos mercados globais. No campo político, Pacheco manteve a desoneração da folha para prefeituras e o impacto para o governo federal deve ser de R$ 10 bi. A discussão sobre a desoneração da folha deve continuar trazendo atritos entre governo e congresso, especialmente depois que Haddad, em entrevista, condicionou a equalização das contas públicas às pautas aprovadas no Congresso, como Perse e desoneração da folha. Hoje, teremos o relatório Focus e Confiança Empresarial.

Abertura

Na abertura, o índice DXY estava de lado, enquanto futuros em Wall Street recuam e os juros das Treasuries sobem. Petróleo sobe com escalada dos conflitos no Oriente Médio e oferta mais apertada pelo lado da OPEP+, enquanto minério de ferro caiu para a mínima de 10 meses ontem, em meio a dúvidas quanto à demanda siderúrgica chinesa. Mas hoje a commodity avança mais de 3%. Bitcoin despenca mais de 5%, seguindo a maior aversão ao risco com as apostas de menos cortes nos juros norte-americanos.

O que esperar?

A bolsa local fica à mercê dos mercados internacionais, penalizada pelo mau-humor que interfere nos ativos de maior risco. A recuperação do minério pode ajudar nos papéis da Vale, assim como a alta do petróleo pode beneficiar a Petrobras e demais empresas do setor. Pontos internos das companhias, como irregularidades em contrato da petroleira e indecisão sobre comando da mineradora ficam no radar.


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