Político no radar em semana mais curta com feriado nos Estados Unidos
A semana traz o início de um novo semestre e o político continua pesando nas decisões dos investidores. Nos Estados Unidos, o pós-debate entre Trump e Biden trouxe ainda mais incertezas. Na Europa, os franceses dizem Desolé, Macron! e votam pela oposição nas eleições antecipadas e no Brasil o fiscal segue comprometendo as expectativas de inflação e o dólar.
Estados Unidos:
Não se falou em outra coisa nos últimos dias que não o debate entre Trump e Biden na semana passada. Mercados passaram a precificar ainda mais uma vitória de Trump. As bolsas tiveram comportamento misto e para esta semana, que será mais curta e menos líquida por conta do feriado do Independence Day, mercado aguarda ainda bateria de dados macro, com PMIs e payroll. Além disso, já vemos investidores se posicionando para a temporada de balanços do segundo trimestre. As expectativas para os números apresentados pelas companhias voltaram a subir e mercado espera lucros 9% maiores que o 2T23, beneficiados por receitas maiores, em razão da atividade melhor que o esperado no país, bem como custos mais baixos, com inflação em menor patamar na comparação anual. Por fim, mercado segue otimista com os resultados das Big Techs, em especial Nvidia e Microsoft, o que poderia gerar uma pressão negativa nos índices, caso os resultados venham abaixo do consenso.
Mundo:
Na Ásia, as bolsas encerraram a madrugada em campo positivo, em meio a uma bateria de dados na China, com PMI Manufatura vindo conforme esperado, recuando pelo segundo mês consecutivo. O PMI de Serviços também ficou menor que o esperado, prejudicado pelo desempenho da construção. No entanto, o PMI Caixin destoou e ficou acima das expectativas, com melhor leitura desde maio de 2021. Na Europa, o resultado prévio das eleições francesas mostra o partido de Le Pen à frente, com 33% dos votos, mas com vantagem menor que o esperado e as bolsas por lá sobem. Neste cenário, espera-se uma menor governabilidade de Macron, com necessidade de negociações muito mais complexas, em meio a um parlamento dividido, além de discussão de algumas pautas como a implementação de políticas menos moderadas. Devemos esperar ainda volatilidade para a semana, antes da conclusão das eleições no próximo fim de semana.
Brasil:
Ibovespa encerrou o primeiro semestre do ano com queda de 7,7%, na contramão dos pares internacionais, prejudicado tanto pelas incertezas do cenário externo que perduraram até junho, quanto à elevação do risco fiscal aqui. A maior aversão ao risco e a desancoragem das expectativas de inflação levaram o dólar a fechar em R$ 5,59, o maior valor desde janeiro de 2022. Junho, porém, a bolsa experimentou certo alívio e subiu 1,5%. Agora, localmente, mercado monitora dados macroeconômicos e exterior, mas principalmente o andamento da dívida pública, bem como a trajetória da inflação e dos juros, com expectativas de volta do ciclo de cortes apenas em 2025. Apesar do feriado nos Estados Unidos reduzir o volume esperado para a semana, teremos uma agenda movimentada em Brasília, com apresentação na Câmara do parecer sobre o PL Complementar da reforma tributária. Ainda, a desoneração da folha de pagamentos deve andar no Senado. RCN fica no radar.
Abertura:
Na abertura, o índice DXY recua, enquanto futuros em Wall Street estão de lado e os juros das Treasuries operam sem direção definida. Petróleo avança, assim como o minério de ferro e demais commodities metálicas. Bitcoin sobe 1,4%, a US$ 62.800.
O que esperar?
Investidor local fica de olho na agenda externa com dados de atividade nos Estados Unidos, bem como a agenda política interna, com pautas importantes como reforma tributária e desoneração da folha ao longo da semana. Hoje, fala de RCN fica no radar e commodities em alta podem impulsionar a bolsa local.
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