No palco, FOMC e COPOM
As decisões de juros tanto aqui no Brasil quanto nos Estados Unidos ditam o tom dos mercados hoje. As expectativas estão consolidadas em um corte adicional de 0,5 p.p. na Selic e manutenção nos juros norte-americanos. No entanto, mercado estará atento às sinalizações do rumo da política monetária para o ano, especialmente pelo FED. Ontem, mercados fecharam em alta e S&P 500 bateu novo recorde. Aqui no Brasil, Ibovespa teve ganhos, puxado por Vale, mas limitado por Petrobras.
Estados Unidos
Ajudados pelas 7 Magníficas, as bolsas tiveram nova alta ontem, com direito a mais um recorde do S&P500, enquanto os juros das Treasuries ficaram de lado. No setor imobiliário, novas casas e permissões subiram para maior alta em dois anos. Mercados hoje estão sem direção definida, enquanto focam na decisão de juros pelo FOMC. As expectativas são de manutenção, mas investidores estarão atentos à fala de Powell em busca dos sinais que mostrem quão rápido deve ser o início deste ciclo de cortes. Além disso, as projeções do FED, o famoso dot plot, também estarão no radar dos investidores hoje, uma vez que ali poderemos ver quantos cortes os membros da instituição esperam para o ano. O risco destas projeções terem mudado aumentou, o que poderia impactar não só os juros, mas também o dólar e o mercado de ações.
Mundo
Na Ásia, as bolsas tiveram dia majoritariamente positivo. Na China, o PBoC, Banco Central, manteve as taxas de juros de longo prazo no mesmo nível, como esperado. As bolsas subiram, puxadas pelas ações de valor, com investidores monitorando lucros corporativos. No Japão, a bolsa não
operou por conta do feriado. Já na Europa, os índices estão pressionados pelo setor de Varejo de Luxo, depois que a Kering, dona da Gucci, alertou sobre queda nas vendas, colocando em dúvida o consumo na China e puxando outras marcas de luxo como LVMH, Burberry e Dior. No Reino Unido, a inflação caiu mais que o esperado, colocando o BoE na rota do corte de juros.
Brasil
O Ibovespa avançou 0,45% ontem, em linha com os pares, puxada pelas ações da Vale, que subiu com alta do minério, além do avanço de Braskem, Embraer e Petz. Na contramão, Petrobras e Magazine Luíza recuaram, limitando os ganhos do dia. Hoje o foco está por conta da divulgação da decisão do COPOM, na qual as expectativas são de corte adicional de 50 p.b., levando a Selic a 10,75%. No campo político, Senado
aprovou PL que cria a Política Nacional de Economia Circular, enquanto na Câmara foi aprovado o Projeto da Depreciação Acelerada de Maquinário, além do texto-base para o projeto de Aceleração da Transição Energética. Lula se reúne novamente com ministros, enquanto Haddad e Lira discutem regulamentação da Reforma Tributária e destino do Perse. Teremos os dados da Construção sendo divulgados hoje.
Abertura
Na abertura, o índice DXY estava em alta, enquanto juros das Treasuries tem leve queda e futuros em Wall Street estão sem direção definida. Petróleo recua, com estoques nos Estados Unidos, enquanto minério de ferro avança novamente.
O que esperar?
Mercados ficam de lado, enquanto monitoram as decisões de política monetária aqui e nos Estados Unidos, mas as commodities em direção contrárias podem trazer volatilidade ao índice. Nova ação bilionária contra a Vale pode trazer pressão aos papéis, mas a alta do minério de ferro pode limitar as perdas.