A BB Seguridade (BBSE3) reportou um resultado levemente abaixo das nossas expectativas, com lucro líquido de R$ 1,179 bilhão (+20,7% a/a e -4,2% vs. Inter Research), mas ainda assim registrando o melhor resultado para um primeiro trimestre da companhia. O resultado foi direcionado principalmente (i) pelo melhor resultado da Brasilprev, vindo de um incremento no resultado financeiro com a maior taxa Selic remunerando ativos e menores impactos de marcação a mercado nos passivos e (ii) avanço do resultado operacional e financeiro da BB Corretora, com o bom desempenho comercial da Brasilseg, principalmente no ramo rural. O resultado viria um pouco mais forte caso a sinistralidade no ramo rural da Brasilseg não pressionasse o resultado. Ainda assim, a companhia mostra um tom positivo, de recuperação e resiliência para 2022. Mantemos nossa recomendação de compra para BBSE3, com preço-alvo de R$30.
Brasilseg | Bom desempenho comercial e financeiro, mas sinistralidade no rural pressionou: o lucro líquido da Brasilseg foi de R$ 355 milhões (+7,0% a/a) refletindo principalmente a evolução do resultado financeiro que avançou 134,8% a/a com a maior taxa Selic e inflação no período remunerando seus ativos que também evoluíram seu saldo médio. Além disso, a Brasilseg mostrou um bom desempenho comercial, ante prêmios emitidos reportando saldo de R$ 2,752 bilhões, com alta de 18,8% a/a vindo do forte desempenho no ramo rural (+44,9% a/a) e vida (+8,4% a/a). Por outro lado, as despesas com sinistros mostraram forte alta de 44,6% a/a, como esperávamos ao acompanhar os dados mensais do setor, resultando em um aumento do índice de sinistralidade em 7,5 p.p. a/a e uma taxa de 45,3% causada pelo efeito climático La Niña, que trouxe seca nas regiões Sul e Centro-Oeste do país e maior sinistralidade no ramo rural; além dos sinistros no rural, ramos como habitacional, residencial e empresarial/ massificados sofreram com as fortes chuvas na região Sudeste, que aumentaram sinistros em coberturas sobre danos elétricos e vendaval. Nos sinistros, destacamos positivamente o ramo de vida, que continua demonstrando queda no indicador, registrando 23,8% no 1T22, retração de 8,5 p.p. a/a, beneficiado pelo avanço da vacinação no país, levando a melhora nos índices de óbitos por covid-19.
Brasilprev | Resultado financeiro contribui novamente e operacional se beneficia com maior taxa de gestão, mas resgates seguem pressionando: o lucro líquido da Brasilprev foi de R$ 402,6 milhões (+57% a/a), beneficiado principalmente pelo melhor resultado financeiro de R$ 193,2 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 25,1 milhões no 1T21, causado pelo incremento no saldo médio de ativos rentáveis e pela expansão da margem financeira com a alta da taxa Selic, além do menor impacto negativo da marcação a mercado decorrente da abertura da curva de juros e da menor taxa de atualização de passivos. Além disso, a companhia apresentou um desempenho operacional positivo vindo de avanços nos resultados com taxa de gestão (+6,5% a/a) que registrou uma taxa média de 1,03% a.a. (+0,02 p.p a/a) e maior volume médio das reservas (+2,9% a/a). Contudo, mesmo com um avanço das receitas com contribuições de 20,8% a/a, a companhia viu a captação líquida registrar saldo negativo pelo terceiro trimestre consecutivo (R$ 475 milhões) e índice de resgate anualizado em 12% (+2,8 p.p. a/a).
Brasilcap | Resultado financeiro compensa um operacional mais fraco: a Brasilcap reportou um lucro líquido de R$ 53,2 milhões (+10% a/a), explicado principalmente pela alta no resultado financeiro de 23,3% a/a, devido a maior rentabilidade dos ativos com a alta da taxa Selic. Por outro lado, a operação desempenhou mal neste trimestre, com queda de 0,7% nas receitas com cota de carregamento, que mesmo com as arrecadações tendo atingido alta de 25% a/a, vindo do maior ticket médio dos títulos, as despesas com provisões para resgate, sorteio e bônus pressionaram e avançaram 29% a/a com a retração da cota de carregamento média.
BB Corretora | Mais vendas, mais corretagem. Porém, margem cai por conta do mix com produtos de menor corretagem e maior custo. Resultado financeiro segue contribuindo positivamente: a BB Corretora reportou um lucro líquido de R$ 575,3 milhões (+13,6% a/a) refletindo o bom desempenho operacional e financeiro da subsidiária. As receitas de corretagem registraram alta de 10,4% a/a, seguindo o bom momento comercial da Brasilseg, principalmente no ramo rural. Apesar disso, a margem operacional caiu 1,3 p.p. a/a, contabilizando 80,8% no 1T22, devido a redução do comissionamento vindo de um mix de produtos de menor corretagem e maior custo médio unitário de ressarcimento, que afetaram os custos administrativos de produtos. O resultado financeiro, que também contribuiu para o bom resultado, avançou 508,3% a/a, refletindo a evolução do saldo médio dos ativos e da maior taxa Selic no período.