Data driven e transformação cultural é o direcionamento
O Banco do Brasil realizou hoje o BB Day, encontro com analistas e investidores, o qual foi concentrado em demonstrar que a estratégia de longo prazo do BB está focada em uso de dados, centralidade do cliente e uso dos canais físicos e digitais explorando a transformação digital do banco e também sua liderança em segmentos como o agronegócio e governo. Gostamos do direcionamento atual e da transformação cultural sendo implementada no banco. Temos observado bom avanço em iniciativas digitais como a plataforma Broto, LojaBB (marketplace de produtos não-bancários) e LigaPJ, para ampliar a criação de ecossistemas. Em termos de eficiência e competitividade, acreditamos que esta estratégia deve manter o banco competitivo no longo prazo.
Mantemos a recomendação de Compra para BBAS3, com preço-alvo de R$ 54/ação para final de 2022.
Integrando a tecnologia nos processos, um modelo data driven. O banco reforçou sua agenda phygital no modelo que eles chamam de “Um Banco para cada Cliente”, e que consiste na elevação da maturidade nas práticas ágeis, uso de inteligência analítica para personalizar relacionamentos e mudança no modelo operacional com integração das áreas de negócio e tecnologia. Toda essa estratégia tem refletido em entregas do banco em produtos e serviços digitais, sejam de produtos no app do banco ou via modelos de análise de dados na cessão de crédito e estudo de comportamento de clientes, como foi explicado ao longo do BB Day. Além disso, ressaltamos que o BB desde a implementação do Pix tem orientado todos os novos processos em nuvem, priorizando a eficiência deste modelo nos sistemas e no Open Finance. O banco tem liderado a adoção e desenvolvimento no país, utilizando um modelo com 100% da arquitetura de dados organizada e disponível em ambiente big data. Reflexo do Open Banking, o banco lançou o Minhas Finanças Multibanco com cerca de R$ 8 bilhões em saldos consolidados com outros bancos, resultando em uma oferta totalmente personalizada para cerca de 90% dos clientes que disponibilizaram seus dados.
Criando ecossistemas. O banco tem elevado a atuação em ecossistemas, como exemplo da plataforma Broto, que já gerou R$ 2 bilhões em negócios no markeplace do segmento agro em dois anos, contando com cerca de 625 sellers e oferta de mais de 2 mil produtos na loja virtual com 28 mil clientes cadastrados. Em PJ, foi criada a LigaPJ, oferecendo conteúdo técnico, informações e conexões negociais entre as empresas, contando com 6 mil clientes utilizando as ferramentas oferecidas. Em pessoas físicas, o banco criou o marketplace oferecendo produtos não-bancários, chamado Loja BB, que no 1S22 realizou R$ 17 milhões em transações, contando com mais de 40 sellers e cerca de 4 milhões de clientes utilizando a plataforma.
Transformação cultural. O banco reforçou que investiu mais de R$ 20 bilhões em tecnologia nos últimos cinco anos, além de incentivar o desenvolvimento dos funcionários e liderança com foco principalmente em conhecimentos em tecnologia, o que chamam de “Evolution”. Não obstante, o banco realizou o último concurso com o maior preenchimento de vagas direcionados para a área de tecnologia.
Varejo. No varejo o banco tem buscado a eficiência direcionada pelo modelo phigital através de estruturas mais leves, ampliando a capacidade de gestão e relacionamento e na especialização dos modelos de negócios. O BB transformou 1 mil dependências em lojas BB, que são mais leves e representativas que as agências tradicionais. O banco informou que totalizou 80 milhões de clientes ativos com incremento de 11% na quantidade de clientes engajados e busca ganhar escala com o projeto Enseada que, através de modelos analíticos, geram diariamente mais de 2 bilhões de insights comerciais, hiperpersonalizando a oferta de produtos. Além disso, o banco tem trabalhado em nichos com profissionais liberais e sócios de empresas oferecendo limites e taxas específicas, representando 35% do desembolso não-consignado. Em PJ, o banco tem atuado nas cadeias de valor em segmentos que possui liderança, como Atacado, Governo e Agronegócios, reforçando relacionamento com fornecedores destas cadeias.
Atacado. No atacado, o banco tem experimentado um crescimento sustentável da carteira de crédito que registrou R$ 218 bilhões ao final do 2S22 com aumento de spreads e baixa inadimplência a níveis mínimos históricos. Além disso, o banco tem reforçado sua atuação no segmento Agro, avançando na carteira de títulos e derivativos, na carteira de megaprodutores rurais e na quantidade de convênios e integração, aumentando o volume de operações através destes convênios. O banco também criou uma superintendência com 10 escritórios dedicados ao agronegócio para ampliar o relacionamento no setor. A parceria UBS BB já gerou mais de 300 operações com R$ 350 bilhões em volume desde o início das operações e tem buscado evoluir no mercado de DCM e ECM no país. Além disso, a parceria também tem realizado transações no tema ESG reforçando a atuação do banco em ações sustentáveis. O banco também voltou a liderar as operações com comércio exterior, por conta disso também criou a unidade de negócios internacionais, ampliando relacionamento no segmento de exportações do país.
Sustentabilidade nos resultados. O banco tem apresentado resultados surpreendentes em 2022, o que resultou em ROAE em nível dos pares privados, muito por conta da elevada cobertura e baixa inadimplência, o que proporcionou ao banco realizar menores provisões. Por outro lado, o banco tem buscado alavancar mais seu resultado através de um mix de carteira mais rentável, o que deve também elevar naturalmente a inadimplência. Por isso, entendemos que para o longo prazo, caso o banco continue crescendo em linhas de crédito mais arriscadas, podemos ver um reflexo de maior margem financeira, que é suportada pelo alto indicador de cobertura do banco e a boa qualidade geral da carteira.