Investimentos no Exterior


Investir no Exterior - Brasil versus Mundo

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Gabriela Joubert

Publicado 09/ago2 min de leitura
Investir no Exterior - Brasil versus Mundo

Brasil versus Mundo

Você sabia que... quando o assunto é investimentos, o “complexo de vira-lata” passa longe?

Esse fenômeno pode até ser verdade em algumas situações, mas quando falamos de investimentos, vemos que a realidade é bem diferente. Na média, o investidor brasileiro investe 99% dos seus recursos no Brasil. Essa preferência dos brasileiros por ativos locais tem um nome: home bias, ou melhor, “viés doméstico.”

Investir no próprio país é acreditar nas empresas locais e estimular a economia. Mas, precisamos abrir um pouco os nossos horizontes e enxergar que existem oportunidades tanto aqui quanto lá fora. Estudos mostram que um dos fatores cruciais para o sucesso de uma estratégia de investimentos é a diversificação. No entanto, os investidores brasileiros ainda mantêm um portfólio bastante concentrado na renda fixa, com pouca exposição à bolsa ou outras classes de ativos. Ou seja, CDB é rei!

Quando falamos de diversificação internacional, a situação é ainda mais alarmante. Apesar da globalização e maior acessibilidade a ativos internacionais, o investidor brasileiro ainda investe majoritariamente no próprio país, ou seja, na própria moeda. Isso é o que chamamos de home bias, ou viés doméstico.

Um estudo feito pela JP Morgan Asset mostra como o brasileiro concentra seus investimentos muito mais do que deveria, considerando a representatividade do Brasil na economia global.

Além disso, em razão da concentração de nossa bolsa em setores como Materiais Básicos e Financeiro, quando comparados a outros investidores, ficamos também mais alocados nestes segmentos e menos posicionados a outras indústrias, muitas vezes mais inovadoras, como Tecnologia, por exemplo.

Não significa que não temos boas empresas no Brasil. O ponto são as oportunidades. Dentre as 50 maiores empresas de capital aberto no mundo, as que mais crescem estão em setores como Tecnologia e Saúde, seguindo a evolução de tendências globais.

Risco país e o diferencial de juros

Como a agenda político-econômica interfere na volatilidade dos investimentos

O mercado brasileiro está, assim como outros mercados, sujeito às nuances político-econômicas domésticas. Estar investido 100% no Brasil é estar 100% exposto aos riscos domésticos. Além disso, por sua característica de mercado emergente, investidores internacionais veem o Brasil como uma opção mais arriscada e, muitas vezes, especulativa de investimentos, o que faz com que a volatilidade aqui seja maior que em outros mercados. Já ouviu aquela frase “No Brasil até o passado é incerto?!” pois é...

No início dos anos 2000, lidávamos no Brasil com Selic em 20%, resultante de uma inflação que ainda parecia longe de se controlar, além, obviamente, de um prêmio de risco mais elevado impactando nosso diferencial de juros.

Mas, o que é prêmio de risco e diferencial de juros? Prêmio de risco é o valor adicional cobrado para investir em determinado país ou mercado, quando comparado a oportunidades livres de risco, que no caso do mercado global, são os bonds americanos. Esse “a mais” pode ser exemplificado pelo diferencial de juros. Ou seja, quão maior a taxa Selic está quando comparada aos juros norte-americanos. Quanto maior o risco de um país, maior esse diferencial precisa ser para que investidores se interessem em investir ali e não nos Estados Unidos.

Portanto, mesmo que o investidor prefira uma posição mais conservadora, alocada em renda fixa, é importante considerar a possibilidade de diversificar mesmo dentro da Renda Fixa, o risco país.


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