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Gabriela Joubert

Publicado 22/mai1 min de leitura

O que os resultados na Nvidia podem dizer sobre o mercado de ações norte-americano?

A Nvidia divulgará seus resultados trimestrais hoje em meio a grandes expectativas quanto à evolução da trend de AI e a demanda das grandes empresas de tecnologia pelos produtos da companhia, dando alguns sinais do que poderemos esperar de desempenho para o restante do ano no setor. Investidores esperam mais um trimestre memorável para a Nvidia, repetindo o que vimos há um ano, quando a empresa confirmou que a ascensão da tese de AI vinha para ficar e, desde então, suas ações valorizaram mais de 210%, chegando a um valor de mercado de aproximadamente US$ 2,3 trilhões, o que representa, atualmente, cerca de 5% do valor de mercado do S&P 500. Desta maneira, é de se esperar que o mercado siga ansioso pela divulgação destes números, para o bem e para o mal.

No início da temporada de balanços, existia o receio quanto à capacidade de entrega das Mega Caps, especialmente comparado com seus valuations considerados esticados, em alguns casos. No entanto, conforme Microsoft, Google, Amazon, Meta e demais empresas reportavam números acima das expectativas, beneficiados pelos investimentos feitos em ferramentas de inteligência artificial, estes receios foram se dissipando e o índice das Seven Magnificent na Bloomberg segue em sua máxima histórica, assim como o S&P 500. Aliás, apesar das recentes entregas que corroboram o otimismo, temos visto crescer o número de céticos sobre o atual patamar da bolsa norte- americana e dados da Bloomberg mostram que o mercado de opções já passa a apostar em uma reversão nessa tendência de alta infinita. A Nvidia tem o desafio de bater projeções arrojadas do mercado e mesmo que isso aconteça, parece que o próprio mercado perdeu um pouco do apetite para manter o rally recente nos papéis.

De acordo com as estimativas do mercado, a Nvidia deve repetir as entregas dos últimos quatro trimestres, nos quais a empresa bateu de longe o consenso, e trazer um crescimento de 240% nas receitas, chegando a US$ 24,7 bi, impulsionada pelo avanço das receitas de DataCenter, com produtos como o chip H100, um acelerador de AI nas empresas, além de novos lançamentos, como a recém-anunciada plataforma Blackwell que vem gerando frisson em Silicon Valley. Mercado espera também uma margem bruta de 77%, derivando em um resultado operacional bruto de US$ 16,5 bi e um LPA de US$ 5,65.

Apesar de sua liderança ainda no mercado, o avanço das concorrentes como AMD preocupa um pouco. As tensões sino-americanas sobre Taiwan, que detém a maior fabricante de semicondutores do mundo, a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co, e importante fornecedor de insumos à Nvidia também ficam no radar. Mas, o fato é que a companhia ainda segue firme como principal expoente do que a Inteligência Artificial vem significando não só para os hipsters no Vale do Silício, mas também para investidores e entusiastas no mundo todo.


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