Brasil, o país da Renda Fixa
O que falar sobre 2024?
Foi o ano das grandes apostas e das grandes incertezas. Ano em que vimos juros e bolsa nos Estados Unidos em patamares recordes e com investidores reforçando sua preferência majoritária pelas Treasuries, pelo S&P 500 e pelo dólar, que aliás encerra o ano com ganhos perante quase todas as moedas globais.
Enquanto no Brasil, o risco fiscal prevaleceu. A bolsa andou na contramão dos pares internacionais, os prêmios de risco chegaram a níveis de estresse, apesar do cenário macroeconômico ter surpreendido positivamente, e o país se consagrou, novamente, como o país da Renda Fixa. Mesmo assim, vimos o investidor estrangeiro correr em debandada, sem entender e fugindo dos problemas criados por nós e para nós mesmos.
Duas classes antagônicas também tiveram recordes no ano: o ouro e o bitcoin, um como preferência dos defensivos e outro como rei dos arrojados.
No restante do mundo a agenda política se manteve instável e vimos conflitos geopolíticos aflorarem em todos os continentes, trazendo mais incertezas para o próximo ano.
E já que tocamos neste assunto, o que podemos esperar para 2025?
Vemos três grandes temas que devem orientar as decisões de investimentos para o próximo ano. São eles:
- A dominância dos Estados Unidos enquanto opção favorita dos recursos globais e por quanto tempo essa predileção se manterá;
- Os conflitos geopolíticos e seus efeitos diretos e indiretos nas economias, na inflação e nos ativos de risco;
- O risco fiscal no Brasil e as incertezas que ainda devem permear o cenário doméstico em ano de desafios também no cenário econômico global.
Sendo assim, temos que reconhecer que ao longo de 2024 houveram discrepâncias nos retornos oferecidos pelas diferentes classes e, com isso, questionamentos sobre as estratégias de investimentos comumente adotadas pelo mercado. Revisitar nossos portfólios e entender estas discrepâncias será essencial para iniciar o ano de forma mais equalizada.
Bons investimentos
Gabriela Joubert, Estrategista-chefe