/Novembro foi marcado pela volatilidade nos mercados internacionais diante de notícias advindas da China quanto ao andamento do processo de flexibilização da política covid-zero que vem afetando a economia local, bem como indicadores de atividades e falas de dirigentes do FED, que ora traziam uma visão mais restritiva, ora mais frouxa, dos próximos passos da autoridade monetária da maior economia do mundo.
/Protestos no gigante asiático aceleraram o processo de flexibilização das restrições e o governo informou que deverá anunciar um rol de medidas visando à reabertura do país e volta à normalidade. Assim, papéis voltados ao mercado chinês tiveram forte alta no mês, recuperando das quedas expressivas observadas ao longo do ano.
/O cenário restritivo segue, mas já vemos sinais de desaceleração no ritmo de alta de juros dos Bancos Centrais mundiais, uma vez que a inflação arrefece. Contudo, o mundo lidará com juros mais elevados por mais tempo, encerrando o longo período de políticas monetárias expansionistas e crédito barato. Aliás, os juros elevados acendem sinal de alerta não só para as empresas mais alavancadas, mas também aos BCs de países desenvolvidos que contam com volumes expressivos de dívida e que agora devem dispender de recursos adicionais para repagamento de dívidas.
Cenário de incertezas, mas percepções seguem inalteradas
/ Em um cenário ainda carregado de incertezas, algumas percepções seguem inalteradas. Apesar da amenização das restrições da política anti-covid na China, mantemos a cautela sobre quão eficaz estas medidas serão para colocar o país de volta à rota de crescimento expressivo visto nas últimas décadas. Acreditamos que, conforme explicitado no último Congresso do Partido Comunista, o país deva focar seus esforços a setores que impulsionem a tecnologia e inovação, mas não em serviços, e sim em hardwares, veículos elétricos, produtos automatizados, o que deve impulsionar a demanda de insumos voltados a este fim.
/ Na Europa, seguimos reticentes com os desdobramentos dos conflitos na Ucrânia, a crise energética, a política monetária restritiva e a inflação ainda em patamar bastante elevado.
/ Nos Estados Unidos, discurso recente de Powell sinaliza um FED mais brando nas próximas reuniões, apesar de reforçar que a luta contra a inflação continua. Com isso, mercados devem ajustar as expectativas ao cenário atual, e devemos ver recuperação de ativos, especialmente os mais deteriorados pelo ciclo altista dos juros no país, como por exemplo o setor de tecnologia. Mesmo assim, lembramos que o cenário ainda é de juros elevados para todo o próximo ano, o que deve refletir em maiores despesas financeiras e impactos nos resultados líquidos das empresas, especialmente as mais alavancadas.
Desempenho – Novembro/22
Japão é destaque positivo, juntamente com mercado de Equity americano
/ Em novembro, a alta volatilidade pegou em cheio os mercados e também a carteira. Como optamos por um portfólio mesclando ativos de renda fixa e renda variável, estamos considerando como benchmark uma carteira teórica composta de 80% MSCI Global e 20% GOVT.
Assim, no mês, ficamos 1.8 p.p. abaixo da carteira teórica, desempenho explicado pela forte alta do S&P quando comparado aos demais nichos alocados.
No destaque positivo, vemos o EWJ, índice que reflete o desempenho do japonês Nikkei avançar 10% no mês, também motivado pelas notícias positivas na China. Também teve boa contribuição o IVV, espelho do S&P.
Na contramão, o EWW ficou bem abaixo do benchmark, avançando 2% apenas, e limitando a melhor performance do portfólio no período.
Carteira ETF– Dez/22
/Para dezembro, mantivemos praticamente inalterada a estratégia da carteira, com 20% de alocação em ETFsde renda fixa, representados pelo BND, IEF e VCSH, com foco em títulos governamentais de médio prazo e corporativos de curto prazo, trazendo uma cesta diversificada para diferentes horizontes de investimentos.
/Na alocação de Equities, mantemos nossa exposição ao mercado norte-americano com o IVV, espelhando o S&P500, e o IYF, com foco nas instituições financeiras do país. Mantivemos também o DVY, focado em ações americanas pagadoras de dividendos.
/Já para demais mercados, na Ásia continuamos com o EWJ, refletindo o desempenho do índice japonês (Nikkei) e incluímos exposição ao EWT, com foco no mercado acionário taiwanês, visando capturar o possível impacto do plano de crescimento da China via foco em tecnologia e inovação.
/ Por fim, seguimos com o IAU, reforçando nossa alocação em uma commodity mais defensiva.