Carteiras


Inter Recomendações | BDR | Novembro

GAbi Joubert perfil 2

Gabriela Joubert

Publicado 01/nov10 min de leitura

Inter Recomendações - BDRs

/ Em outubro, vimos as bolsas internacionais impulsionadas pelos números melhores que o esperado da temporada de balanços, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, apesar das fortes quedas na comparação anual. Números mistos na economia norte-americana, que mostraram mercado de trabalho e setor imobiliário arrefecendo, mas consumo forte e inflação ainda assustando, levantaram questionamentos sobre os próximos passos do FED em dezembro, que poderia mostrar um ritmo menos acelerado no aumento dos juros.

/ Na Europa, agentes acompanham as decisões dos bancos centrais na região sobre o aumento dos juros no combate à inflação, que segue batendo recordes, enquanto a atividade encolhe e já se fala em recessão na Zona do Euro no 1T23. No Reino Unido, a crise política continua, com a renúncia de Liz Truss, após o caos instaurado no mercado de bonds britânico.

/ Já na Ásia, Xi Jinping foi nomeado para um terceiro mandato no país, após trocar a composição do Politburo (alto escalão do governo) durante o Congresso do Partido Comunista. Com isso, vimos debandada dos investidores do país, em meio a receios de que ideais políticos se sobreponham às políticas macroeconômicas na região, dificultando ainda mais a recuperação da atividade chinesa.

Toda a atenção ao FED

/ Se a temporada de balanços ajudou em outubro, em novembro o cenário macroeconômico deve voltar aos holofotes, começando com a reunião do FOMC na primeira semana do mês, na qual já se espera um aumento dos juros de 0,75 p.p., levando a taxa de juros norte-americana para 3,75% - 4%. No entanto, investidores e demais agentes de mercado irão acompanhar as falas do presidente do FED, Jerome Powell, e demais dirigentes da instituição em busca de sinais sobre os próximos passos a partir de dezembro, e possível menor ritmo de elevação dos juros.

/ Mercado deve seguir monitorando os dados de atividade no país, que apresentam sinais de arrefecimento com mercado de trabalho e o setor imobiliário, mas o consumo segue forte e a inflação persiste.

/ Para este mês que inicia, seguimos acompanhando também demais resultados da temporada, enquanto mantemos nossas apostas na diversificação, com foco no setor de energia e em empresas de consumo não-cíclido, bem como setor financeiro, o qual deve seguir se beneficiando do impacto de maiores juros em seus resultados financeiros.

/ Assim, mantemos a cautela e a diversificação segue sendo nossa principal recomendação neste momento.

Escolhas acertadas no mês e carteira descola do benchmark

/ Outubro foi um mês de rally nas bolsas internacionais, apesar dos desafios ainda em pauta, muito em razão dos números acima do esperado reportados pelas companhias ao longo da temporada de resultados. Assim, o BDRX teve um desempenho positivo, avançando 1,34% no mês. Com as escolhas acertadas e a diversificação de nosso portfólio, mais uma vez batemos o benchmark e nossa carteira avançou 5,98% em outubro, 4.64 p.p. acima do BDRX.

/ Nos destaques positivos, o setor de Óleo&Gás foi o grande campeão, mais uma vez, com COPH34 avançando 19,7% no período. A GMCO34 também destoou, com alta de 17,1%, seguindo com a retomada apesar de um cenário mais desafiados à frente.

/ Na ponta negativa, CVSH34 recuou 5,2%, com as expectativas para a temporada de balanços do 3T22 pesando no preço de tela. Também vimos forte correção de MSFT34, após os resultados mais fracos que o esperado no trimestre e perspectivas piores para a economia norte-americana em 2023.

Foco em energéticos e empresas não-cíclicas

/ Em novembro, fizemos alguns pequenos ajustes no portfólio, incorporando as perspectivas atualizadas com a temporada de balanços e os guidances revisados para o 4T22. Mantemos o foco em empresas do setor de energia, com o ainda positivo momento para o setor, bem como consumo não-cíclico, mais resiliente em tempos de inflação elevada.

/ Assim, continuamos com COPH34 e FSLR34 representando o setor de Energia, com a primeira inserida no segmento de Óleo&Gás e a segunda como grande aposta para o segmento de energia renovável, em especial solar.

/ No segmento financeiro, após o desempenho aquém do esperado no 3T22, removemos MSBR34 para a entrada de JPMC34, o qual apresentou números beneficiados por receitas financeiras acima das expectativas, apesar do recuo no LPA no a/a e mantivemos GSGI34 (veja relatório especial que preparamos sobre os grandes bancos nos Estados Unidos).

/ Representando as companhias de tecnologia, seguimos com MSFT34, por entendermos que dentre todas, esta acaba oferecendo o menor risco no setor.

/ Na indústria GMCO34 mantida, pensando em seu posicionamento para se beneficiar da recuperação do setor automotivo e ascensão dos veículos elétricos no longo prazo.

/ Para Saúde, mantivemos MRCK34, após revisão para cima das vendas deste ano, e CVSH34, devido à sua capilaridade no país. Por fim, no setor de Varejo, não houve alterações, com COCW34 e PGCO34 mantidas.


Compartilhe essa notícia

Receba nossas análises por e-mail