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Carteira Recomendada | Retorno | Agosto

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Gabriela Joubert

Publicado 01/ago20 min de leitura

No Brasil, dados da economia seguem mais fortes e inflação tem queda em julho

Os dados macroeconômicos de julho confirmam o momento de crescimento maior da economia brasileira. O mercado de trabalho foi novamente o destaque com nova queda da taxa de desemprego para 9,3%. A estimativa de crescimento do PIB no 2º trimestre é de cerca de 0,7% e no ano devemos ter crescimento acima de 2%, puxado principalmente pelos setores de serviços. A saldo da balança comercial em julho ficou abaixo do esperado, mostrando um ponto de atenção com relação à demanda externa que está mais fraca. Apesar da queda de preços e menores volumes exportados para a China, a produção e exportação de commodities deve ser robusta e o superavit comercial no ano deve ficar próximo de US$60 bilhões.

IPCA-15 e IGPM desaceleram e Copom pode encerrar o ciclo de alta em agosto. A inflação dá sinais de desaceleração além das reduções do ICMS na gasolina e tarifas elétricas. Julho deve ser o primeiro mês de deflação do IPCA desde maio de 2020, principalmente com a queda do preço da gasolina que já chega a 20%. Além dos combustíveis, a inflação de bens também dá sinais de alivio e pode contribuir para reduzir a inercia inflacionária para o próximo ano. Com o cenário de inflação mais benigno, o Copom pode encerrar o ciclo de alta na reunião de agosto, com a Selic terminal em 13,75%. O risco no cenário ainda é a inflação de serviços e os recentes estímulos fiscais que podem impactar a demanda nos próximos meses, além de manter as expectativas de inflação em alta para 2023.

Bolsa recupera na esteira de balanços corporativos e cenário externo favorável

O Ibovespa encerrou o mês em alta de 4,69%, refletindo os robustos ganhos da última semana, diante de um FED mais dovishe uma amenização do prêmio de risco tanto aqui quanto lá fora. Com isso, o mês de julho finalizou com um ar de alento aos mercados. Somado a isso, a temporada de balanços vem mostrando resiliência do mercado interno, com as companhias superando as expectativas do consenso, trazendo margens estáveis, mesmo com os custos mais elevados e as pressões inflacionárias.

A temporada de balanços aqui segue de vento em popa e, mais importante que os números reportados, analistas e investidores atentam para os callsde resultados das companhias, em busca de sinais sobre o que esperar no segundo semestre do ano.

Agosto começa pressionado pela realização de lucros, após a forte subida recente, mas também receoso com dados macroeconômicos, como PMI, abaixo do esperado e trazendo novamente as incertezas diante de um cenário de enfraquecimento da economia global, que pressiona os papéis de commodities em geral.

Varejo & Consumo brilham. É chegado o momento de inflexão?

O viés positivo do mês impulsionou o índice local, mas destacamos os papéis do setor de Varejo e Consumo, com o ICON avançando mais de 8% no período, antecipando um provável fim de ciclo de aperto monetário no país e pressões inflacionárias que caminham para uma desaceleração, dados macro que outrora pesavam contra o setor. Além disso, as expectativas de um trimestre de reversão de tendência, com possível recuperação das vendas com a retomada da mobilidade e vida social ajudaram a impulsionar os papéis do segmento.

Também impulsionado pelo provável encerramento do ciclo de elevação de juros e arrefecimento nos custos, o setor imobiliário avançou em bloco, refletindo as prévias acima do esperado das incorporadoras para o 2T22.

Na contramão, as empresas de commodities tiveram um mês de forte correção, seguindo a queda dos preços nos mercados internacionais e notícias ainda enfraquecidas na China. O IMAT chegou a recuar mais de 5% no mês, amenizado pelos papéis da Petrobras na última semana, fechando praticamente estável.

O IFNC (Financeiro), também teve desempenho relativo aquém do esperado, influenciado pelos números dos bancos no exterior e sinais de aceleração da inadimplência no país.

A queda das commodities no mês pesou significativamente na carteira, com VALE3, BEEF3 e KLBN11 caindo 8,9%, 1,3% e também 1,3%, respectivamente, no período. Além disso, MOVI3 decepcionou mais uma vez, ao recuar 2,7%. No consolidado, a carteira avançou 3,6% ante o mês anterior, ficando 1,13 p.p. abaixo do benchmark.

Nos destaques positivos, acertamos com ASAI3 e BBSE3, ambas avançando mais de 11%, beneficiadas pelo repasse da inflação alimentar e preferência do modelo Atacarejo, no caso da primeira, e retorno dos resultados financeiros e equalização da sinistralidade, no caso de BBSE3.

Ressaltamos também a escolha acertada de RADL3, que avançou 9,3% em julho, refletindo o bom momento do setor e da companhia, com mercado antecipando os bons resultados esperados para o 2T22.

Fonte: Inter Research e Bloomberg. 

Carteira – Ago/22 | Reduzimos commodities e focamos em mercado interno

Em virtude do cenário de desaceleração global que se materializa, em alguns casos sinalizando, inclusive, recessão, optamos por diminuir nossa exposição às commodities e aumentar a representatividade de empresas voltadas ao mercado interno.

Assim, VALE3 sai do portfólio pela primeira vez, mas ficam KLBN11, principalmente após os resultados resilientes apresentados no 2T22 e boas perspectivas para o mercado de celulose e papel para o fim do ano, e GGBR4, com expectativas de números fortes a serem reportados esta semana. Apesar da queda do mês anterior, mantivemos BEEF3 na carteira, em virtude do cenário ainda favorável para a companhia no mercado de proteínas.

Em bancos, optamos por realizar o lucro de BBSA3 e esta sai para a entrada de ITSA4. Continua BBSE3 representando as seguradoras.

No segmento de Varejo e Consumo, seguimos com ASAI3, em virtude da expectativa de manutenção dos drivers no varejo alimentar e seus fundamentos de expansão bastante sólidos, além dos bons resultados do 2T22. Mantemos também IGTI11, com foco na exposição ao varejo alta renda, mas centrando a estratégia no segmento de Shoppings. Ficam também RADL3 visando a captura do movimento de varejo não-discricionário. MOVI3 sai e entra LREN3 em seu lugar, buscando o momento de inflexão do setor de Vestuário.

No setor de Utilities, ENBR3 entra no lugar de AESB3.

Fonte: Bloomberg e Inter Research*, em 29/07/2022

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