Aversão ao risco ganha força com cenário externo pesando
Dados internos favoráveis
Os indicadores macroeconômicos domésticos seguem mostrando recuperação e forçando revisões mais otimistas para as projeções deste ano.
Em julho, a indústria retomou o passo de crescimento e avançou 0,6%, vindo em linha com as expectativas do mercado, recuperando parte das perdas do ano, ocasionadas por elevação dos juros e incertezas com cenário externo desafiador. Ainda na ponta positiva, Serviços avançou 1,1%em julho, acima do consenso, com destaque para o segmento de transportes, beneficiado pelo setor agrícola. Inflação também segue desacelerando e contribuindo para alavancar as expectativas.
Do lado negativo, vendas ao varejo decepcionou um pouco, registrando queda de 0,8%, com vestuário sendo a principal contribuição negativa no mês.
Cenário externo carregado de incertezas
Apesar de ter iniciado em tom de recuperação, os mercados observaram uma reversão da tendência altista após dados de CPI nos Estados Unidos surpreenderem negativamente, mostrando que a inflação persiste e consolidando as expectativas de uma alta de 75 bps na taxa de juros norte-americana na reunião do FOMC na próxima semana.
Na Europa, o BCE também acelerou seu movimento de alta de juros, ao anunciar aumento de 75 bps na última reunião. No Velho Continente, os desafios de guerra, restrições logísticas e choques na cadeia produtiva continuam a impactar a recuperação econômica local.
Por fim, na China, o governo anunciou novos estímulos a diversos setores da economia, em mais uma tentativa de retomar o ritmo de atividade no país, fortemente abalado pela política de covid zero ainda em cena.
Desafios de Curto Prazo
No mês, ficamos 0,5 p.p. abaixo do IDIV, benchmark da carteira. O desempenho foi afetado pela correção nos papéis da GGBR4, que cederam 12,6% no período, espelhando um cenário mais desafiador nos Estados Unidos. Além disso, o combo BBAS3 e BBSE3 devolveu uma parte dos ganhos acumulados desde o início do ano e recuaram 8,7% e 8,0%, respectivamente.
Compensando pelo lado positivo, a CSMG3 foi o destaque, com avanço de 4,2% no período, beneficiada por movimento mais defensivo no mês, além de novas conversas sobre privatização da companhia. A busca por papéis mais defensivos também beneficiou o desempenho de TAEE11 e TRPL4 que também recuaram, mas em menor nível que o benchmark
Carteira Dividendos – Set.22: Estratégia Inalterada
Em virtude das atuais incertezas que ainda permeiam o cenário internacional e considerando o momento mais favorável para o mercado doméstico, optamos por manter o portfólio de setembro inalterado ante agosto. Ainda consideramos as companhias escolhidas como as melhores posicionadas para seguir remunerando seus acionistas acima de seus peers, em tempo que ainda apresentam boas perspectivas relativas quanto ao desempenho de suas ações.
Representando o segmento de commodities, mantemos VALE3 e PETR4 e na siderurgia, seguimos com GGBR4.
No setor Financeiro, BBAS3 e BBSE3 continuam.
No setor de Utilities, mantemos CSMG3 representando Saneamento enquanto ficamos com ENBR3, TAEE11 e TRPL4 no time das Elétricas.
ODPV3 também continua no portfólio representando o setor de saúde.
Por fim, reiteramos a cautela nas decisões de investimentos, uma vez que os desafios seguem em pauta. Lembramos que visão de longo prazo, bem como diversificação, seguem como melhores ferramentas para uma boa estratégia voltada a proventos.