Rally continua diante de cenário externo em otimismo e dados internos melhores que o esperado
Lá fora, incertezas continuam
Hoje, o principal risco ao nosso cenário segue sendo o externo, especialmente quanto aos próximos passos da política monetária norte-americana, na qual espera-se agora um aumento de 75 bps no próximo movimento e afrouxamento para os demais períodos.
Ao mesmo tempo, na China, dados de atividade mostram dificuldade de tração na economia, que ainda lida com os reveses da política zero covid adotada pelo governo. O setor imobiliário ainda em crise, impacta demais segmentos, especialmente a siderurgia e, consequentemente, demanda por commodities metálicas.
Por fim, na Europa, a situação é ainda mais delicada com inflação em alta, juros em alta, guerra na Ucrânia e crise energética que ameaça limitar ainda mais o crescimento na região.
Cenário interno é surpresa positiva
Enquanto as incertezas no exterior seguem firmes, aqui o cenário é outro. Temos visto dados melhores que o esperado não só na economia, mas também nos resultados corporativos, conforme apresentado na temporada de balanços do 2T22.
Com as expectativas de um fim de ciclo de aperto monetário aqui e inflação desacelerando, a bolsa tem respondido positivamente, em especial as ações voltadas ao mercado interno, compensando o movimento mais adverso das commodities
Falando em inflação, revisamos nossas projeções para 2022 e esperamos agora o IPCA em 6,5%, ante os 7,5% anteriormente, em reflexo à rápida queda dos combustíveis e demais commodities. Vemos também um PIB maior para este ano, em 2,3%
Acompanhando o rally externo, bolsa tem momentum de forte alta
Nossa carteira ficou 0,55 p.p. acima do benchmark, avançando 13,99% no período, refletindo a alta significativa de BBAS3, que surpreendeu a nós e ao mercado com os resultados do 2T22, bem como BBDC4 e BBSE3, também com números positivos na temporada.
Na base, VALE3 apesar de avançar no período, teve desempenho abaixo do esperado, pesando negativamente na composição do portfólio, com movimento contínuo de correção dos papéis, seguindo aumento dos receios quanto à China. As campeãs de dividendos, TAEE11 e TRPL4, consideradas ações mais defensivas e fortemente beneficiadas desde o ano passado pelo avanço da inflação também ficaram aquém, em movimento inverso agora com cenário de juros estáticos e inflação desacelerando.
Mais uma vez, a diversificação fez seu trabalho, ajudando no desempenho do portfólio, mesmo com as adversidades no cenário atual.
Carteira Dividendos – Ago.22: Substituição visando maiores proventos
Com o cenário exposto, optamos por efetuar leve alteração no portfólio visando expandir a projeção de ganhos via proventos com a inclusão de uma novata em nosso rol de coberturas, a Petrobras. Apesar do cenário de queda do petróleo que estamos traçando, ainda esperamos resultados fortes para a companhia, o que deve se traduzir em contínuo pagamento de robustos dividendos.
E para a entrada de PETR4, excluímos BBDC4, mas mantivemos BBAS3 e BBSE3 representando o segmento Financeiro, visando os efeitos dos juros mais elevados nos resultados financeiros destas empresas.
No setor de Utilities, seguimos com CSMG3, ENBR3, TAEE11 e TRPL4.
Mantemos ODPV3 representando o setor de saúde, companhia resiliente em receitas e política de proventos.
Por fim, reiteramos a cautela nas decisões de investimentos, uma vez que os desafios seguem em pauta. Lembramos que visão de longo prazo, bem como diversificação, seguem como melhores ferramentas para uma boa estratégia voltada a proventos.