Carteira destinada para o investidor que tem o objetivo de receber uma renda passiva ou para o reinvestimento dos proventos recebidos. Selecionamos as ações que possuem resultados sólidos com boa geração de caixa, além de companhias que possuem dividendos atrativos para o investidor e que possuem recorrência no pagamento de proventos.
O objetivo principal é obter através de ações, retornos acima do nosso benchmark, o Índice Dividendos da B3 (IDIV), no médio e longo prazo.
Tudo em todo lugar no mesmo mês.
Cenário Macro
O mês de março não apresentou nenhuma mudança significativa no cenário econômico. Estamos no escuro em relação à atividade econômica, uma vez que o IBGE alterou a metodologia para o cálculo dos indicadores setoriais e os dados referente a janeiro serão divulgados apenas em abril. De toda forma, os sinais são de desaceleração. A produção de automóveis, uma boa aproximação para a produção industrial, está em patamares muito abaixo da média histórica, refletindo menor demanda, o que levou a diversas fábricas a darem férias coletivas ao longo de fevereiro e março. Além disso, a desaceleração na concessão de crédito já é notável, com as concessões recuando 9,5% apenas em fevereiro. O cenário da inflação também permanece inalterado. Observamos pressões altistas em janeiro e fevereiro que devem impactar o resultado de março, principalmente pelo lado de combustíveis e higiene pessoal. Ainda assim, o IPCA-15 de março deu sinais de continuação do processo de desinflação, mas com uma persistência inflacionária mais elevada.
Bolsas
O fechamento positivo do índice na última semana do mês não foi suficiente para estancar as perdas de quase 3% em março, e que levaram o Ibovespa aos 101 mil pontos, com uma queda de 7,16% no acumulado de 2023. Pesando sobre o índice, as incertezas quanto à divulgação do arcabouço fiscal – que ocorreu apenas no dia 30/03 – bem como a postura mais dura do Banco Central tanto em sua decisão que manteve a Selic em 13,75% como na Ata do COPOM contribuíram para o recuo no mês.
Lá fora, a crise bancária e ameaça de um efeito sistêmico assustaram, mas foram rapidamente controladas pela atuação em conjunto dos bancos centrais. A inflação voltou ao radar dos investidores e dos governos, com lenta desaceleração. Na Ásia, a recuperação, mesmo que em ritmo menor que o esperado, da China ajudou nas commodities que também avançaram com a dissipação da aversão ao risco nos mercados globais.
Um mês volátil
Desempenho março
O Idiv encerrou março com queda de 2,02%, enquanto nossa carteira recuou 1,50%. No ano, acumulamos alta de 3,51% enquanto o nosso benchmark cai 4,08% em 2023.
O desempenho negativo no mês foi potencializado pelas quedas de CSNA3 (-7,4%), PETR4 (-7,1%), BEEF3 (-7,0%) e BBSE3 (-5,0%), que refletiram o ambiente de maior aversão ao risco no mês causado pela crise bancária nos EUA, após a quebra do SVB e outros bancos regionais, além da incorporação do Credit Suissepelo UBS, denotando maior fragilidade do setor lá fora. As ações da CSN passaram por forte volatilidade e reduziram perdas após anúncio de acordo entre acionistas e pagamento de R$ 2,3 bilhões em dividendos. A Minerva, que havia sofrido com a notícia de suspensão de importações da China após um caso de vaca louca registrado no país, quase recuperou com o alívio de que o caso era atípico e a volta das importações chinesas, mas o avanço dos casos de gripe aviária na América do Sul e incertezas com a China derrubaram os papéis novamente. Já a Petrobras vem repercutindo a queda no preço do petróleo no mês e incertezas acerca da política de preços e de desinvestimentos da companhia.
Por outro lado, as ações da Energias do Brasil (ENBR3) foram destaque positivo no mês com alta de 13,8%, repercutindo a OPA proposta pela sua controladora EDP Energias de Portugal. Também vimos contribuição positiva para a carteira, as ações da Sanepar (SAPR11) que subiram 6,2% no mês.
Alocação
Para abril, trocamos ENBR3 por EGIE3, aproveitando os ganhos obtidos no mês de ENBR, que não vemos maiores upsides. Adicionamos EGIE3 devido às nossas expectativas de melhores margens para o segmento de geração.