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Carteira Recomendada | BDRs | Junho

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Gabriela Joubert

Publicado 01/jun15 min de leitura

Maio marcou a continuidade da crescente aversão ao risco nos mercados internacionais, impulsionada pelas incertezas atuais em relação ao cenário de guerra na Ucrânia e seus impactos nos preços das commodities e, consequentemente, inflação, além das limitações e arrefecimento dos índices de atividades, principalmente na Europa e na China. Os receios quanto a uma desaceleração global maior que o esperado ganharam escala e mais executivos em diversos setores da economia já falam de possível recessão nos Estados Unidos.

Aliás, nos Estados Unidos os mercados acompanham de perto dados da economia, preocupados com o desafio do FED em utilizar das medidas em seu poder para conter uma inflação crescente sem levar o país a uma recessão. Mudanças no comportamento do consumidor já mostram maior preocupação com a elevação dos custos. O ciclo de aperto monetário no país mantém o ritmo e a unanimidade entre os membros do FED mostrada na última Ata do FOMC trouxe um certo alívio no curto prazo.

Na China, a saída gradual dos lockdowns juntamente com um pacote robusto de estímulos contribuíram para acelerar os ânimos em alguns setores, em especial propiciando recuperação para mineradoras em todo o mundo e empresas de varejo de luxo na Europa.

Após as fortes quedas desde o início do ano, as empresas de tecnologia tiveram dias de alento, mas a pressão advinda de escalada dos juros ainda impõe negativismo no setor, em razão de seus altos endividamentos e, consequentemente, maior impacto nas despesas financeiras a partir de agora.

Inflação ainda preocupa, bancos centrais se movimentam e cautela impera

A inércia dos bancos centrais globais em iniciar seu ciclo de aperto monetário tem ajudado a disseminar mais incertezas aos mercados, que agora questionam se as medidas recentemente anunciadas serão suficientes para conter o avanço de preços sem prejudicar as já deficientes expectativas de crescimento para suas economias.

Com um cenário de guerra ainda incerto, ainda vemos preços de commodities em patamares elevados, em especial as energéticas e agrícolas. Neste sentido, o setor de Óleo & Gás deve seguir beneficiado, com receitas em ascensão e os preços de tela justificando as projeções otimistas do para o setor.

Dados mistos do varejo nos Estados Unidos mostraram maior preocupação do consumidor no último mês, que agora busca opções mais baratas e que caibam no orçamento. Além disso, já observa-se utilização da poupança, mais um indicador de atenção ante ritmo de consumo no país. Porém, a volta da mobilidade tem impulsionado as vendas no setor de Vestuário colocando-o entre os poucos segmentos com revisão para cima das expectativas para o ano.

Mesmo assim, para demais ativos, a cautela permanece. O S&P500 acumula queda de mais de 12% no ano, enquanto para o Nasdaq as perdas já estão acima de 20%.

Desempenho – Maio/22 | Setor de Óleo&Gás mantém o ritmo; Varejo decepciona

Ao longo do mês, a carteira sofreu com as oscilações tanto do câmbio quanto das divulgações de resultados das empresas na temporada do 1T22. Mesmo assim, ajudada principalmente pelo bom desempenho do setor de Óleo&Gás, a carteira teve recuo de 1,81%, um ganho de 2,5% ante o benchmark.

Diferentemente do que vimos no mês passado, a grande surpresa negativa do mês foram as ações do WALM34, após a companhia ter reportado resultados muito aquém do esperado e ter revisado para baixo de sua expectativas de vendas para este ano. Assim, juntamente com outros resultados decepcionantes, o setor de Varejo teve forte correção no mês, o que justifica a queda de PGCO34 também.

Na ponta positiva, as empresas de Óleo&Gás, representadas aqui por COPH34 e OXUP34, continuam como as favoritas dos investidores, o que se reflete em seus preços de tela. Com fundamentos ainda positivos para o restante do ano, com preços ainda elevados em virtude de uma demanda ainda resiliente e oferta restrita, os papéis das empresas seguem em tendência de alta, sendo um dos poucos setores a performar bem este ano.

Fonte: Bloomberg e Inter Research.

Carteira BDRs – Jun/22 | Mais uma vez, cautela e diversificação

Em virtude dos correntes desafios e incertezas ainda em curso, bem como a aversão ao risco que segue nos mercados internacionais, manteremos a diversificação observada nos últimos meses, bem como seguiremos, neste momento, mais expostos a companhias de valuee a setores mais consolidados, resilientes e ainda com boas perspectivas.

Assim, vamos manter nossa exposição ao setor de Óleo&Gás, com a OXYP34 e COPH34, pois ainda vemos que o setor de energia deve seguir exposto a uma dinâmica apertada de oferta e demanda, em meio às incertezas na região do leste europeu, mantendo o preço do brentna casa dos US$ 100/barril e contribuindo para fortes receitas das companhias. CATP34 também segue no portfólio, potencializado pelo bom momento do setor agrícola e da demanda por máquinas.

Após resultados decepcionantes, excluímos WALM34, mas seguimos com PGCO34. Nas farmacêuticas, sai A1ZN34, mas fica JNJB34. Contudo, optamos por incluir uma novata, apesar de bem conhecida, no setor de Saúde, a CVSH34, apostando em empresas mais consolidadas em seus setores. Esta também é a justifica para a inclusão de uma outra estreante, a CMCS34.

Representando as companhias de tecnologia, seguimos com MSFT34. No setor financeiro, sem alterações, BOAC34 e BERK34 continuam.

Fonte: Bloomberg e Inter Research. *Em 31/05/2022.
Fonte: Bloomberg e Inter Research. *Fechamento em 31/05/2022, na moeda local.

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