Hedge em commodities
Como citado anteriormente, a maneira mais tradicional de proteção funciona através de instrumentos derivativos, em sua maioria agropecuários e minerais. Através do mercado futuro, produtores compravam contratos de venda em períodos de entressafra, em que a escassez de seu produto durante a baixa disponibilidade causaria um aumento de seus preços. Desta forma, como o preço da commodity tenderia à queda durante o período de colheita, o produtor garantia um preço de venda considerado justo para a sua safra, evitando oscilações de sazonalidade.
Uma outra commodity que apresenta grande participação quando se trata de proteção e diversificação é o ouro. Além de ser um metal precioso, o ouro é um recurso natural finito, transacionado internacionalmente, e com pouca influência governamental, apresentando variações de mercado apenas de acordo com sua oferta e demanda internacional. Desta forma, ele se torna uma alternativa defensiva de diversificação de investimentos, principalmente em períodos de incerteza e inflação, apresentando um retorno positivo no longo prazo. Este investimento pode ser realizado através da aquisição de contratos futuros, da participação de fundos que negociam ouro, ou até mesmo via aquisição de joias e barras de ouro. Veja aqui nosso Inter Dica sobre investimento em ouro!

Hedge cambial
Mais utilizado pelos investidores, o hedge cambial é realizado através da alocação de recursos em ativos atrelados à alguma moeda mais forte, sendo comumente utilizado o dólar americano. Essa estratégia também é amplamente adotada por organizações que lidam com operações de importação e exportação, minimizando o risco de aumento de custos através da valorização de preço de alguma matéria-prima dolarizada, por exemplo.
Sendo assim, o hedge cambial pode ser realizado das seguintes formas:
• Hedge cambial com moeda em espécie: o investidor compra a moeda, esperando a sua valorização. Desta forma pode obter ganhos com a venda em sua cotação futura, ou utilizar o dinheiro para viagens para o exterior.
• Hedge cambial via contratos de Mercado Futuro: por meio de contratos e minicontratos de moedas estrangeiras, o investidor negocia o direito de comprar ou vender a moeda em uma data futura, visando a valorização do contrato de acordo com a apreciação da moeda à qual ele está atrelado. Assim, o investidor visa a obtenção de ganhos com a transação, sem de fato tomar posse da moeda.
• Opções de compra: o investidor adquire um direito futuro de compra da moeda em questão, com valores estabelecidos no momento da obtenção do contrato.
Estas movimentações são um dos motivos pelo qual o dólar obtém forças em momentos de crise e aumento de volatilidade, por exemplo.
Hedge natural
É comumente realizado através da aquisição de ações de empresas com atividade no exterior, ou que possuem ativos em dólar. Com a valorização da moeda estrangeira, as ações da empresa também tendem a se valorizar, tendo em vista que tal valorização pode contribuir positivamente com os seus resultados.
Já em um cenário oposto, mesmo que um fortalecimento relativo da moeda local prejudique o resultado destas companhias, resultados negativos ainda seriam menos significativos do que o de empresas com atividade concentrada somente em moeda nacional, tendo em vista que moedas como o dólar e o euro ainda apresentam superioridade em comparação com o real, por exemplo.
Hedge em ações
O hedge através de ações também pode ser uma das formas de aplicar uma estratégia de proteção em sua carteira. Ele também pode ser realizado de diversas formas, como por exemplo, em um cenário onde se tem um portfólio mais arrojado, um movimento de queda mais acentuado no mercado pode levar a quedas ainda mais bruscas em papéis mais voláteis. Neste caso, através contratos de opções de venda de um fundo de índice que replique o mercado como um todo, como o BOVA11 por exemplo, você poderia obter um retorno positivo com uma queda do mercado, podendo amenizar a performance negativa dos papéis mais voláteis, de acordo com o tamanho de sua exposição. Confira aqui nosso Inter Dica sobre o Mercado de Opções.
Riscos
Apesar de serem estratégias defensivas, vale notar que sempre existe alguma forma de exposição à risco, quando se trata de investimentos. Além do risco sistêmico, com a alocação em commodities por exemplo, principalmente com o ouro, existe um componente de risco relacionado a liquidez, que varia de acordo com a demanda internacional do ativo. Operações cambiais englobam o risco nacional de ambos os países envolvidos na operação, e operações em mercado futuro também podem apresentar elevado índice de risco de acordo com ajustes sazonais.
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Mesmo existindo diversas estratégias de investimento, vale sempre lembrar que uma das melhores maneiras de se proteger o seu portfólio, é através da diversificação de seus investimentos, tanto em relação aos setores de seus ativos, quanto à suas categorias, para que se possa obter um portfólio que, além de equilibrado, se adeque ao seu perfil de risco!
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