SQIA3 - Sinqia
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Fundada em 1996, a Sinqia é líder em desenvolvimento de softwares e serviços de tecnologia para o setor financeiro no Brasil. Carteira com mais de 370 clientes entre bancos, administradoras de consórcios, gestoras de recursos, seguradoras, operadoras de saúde, corretoras, distribuidoras e empresas não financeiras. Presente em mais de 80 bancos comerciais privados com atuação no Brasil, em mais de 40 gestores de recursos, em 30 entidades de previdência, em mais de 80 administradoras de consórcio, em mais de 10 seguradoras e em mais de 20 operadoras de saúde. Opera em quatro unidades de negócios: (i) Software: licenciamento, suporte e manutenção de softwares; (ii) Projetos: desenvolvimento de software sob medida para os clientes; (iii) Outsourcing: gestão e terceirização de profissionais de TI e; (iv) Consultoria: serviços para instituições financeiras em processo de constituição ou em fase de reorganização.
Tese de Investimento
O modelo das empresas de Software as a Service (SaaS), que já estava crescendo nos últimos anos, foi bastante fomentado pela pandemia. Considerando isso, as empresas tiveram uma forte expansão da sua base de clientes, demandando desta forma maior eficiência operacional e novas soluções para lidar com o aumento da procura. Nossa tese para Sinqia (SQIA3) tem como alicerce: (i) o crescente mercado de SaaS; (ii) Aquisições e otimização de sinergias e margens da empresa e; (iii) potencial de cross sell.
(i) A pandemia do coronavírus ao longo dos últimos anos evidenciou a necessidade das empresas se digitalizarem, com isso, inúmeros processos, bases de dados e aplicações foram alocadas em nuvens - este processo ficou conhecido por “Cloudification”. Nesse contexto, o mercado de cloud superou o mercado non-cloud já em 2020 em questões de tamanho. Segundo a Gartner, espera-se que o mercado non-cloud dobre de tamanho até 2025. Foi investido em 2021, no setor de software empresarial no mundo, um total de US$ 604,9 bi, e espera-se um investimento de US$671,7 bilhões e US$751,9 bilhões em 2022 e 2023, respectivamente.
(ii) Desde jul/21, a Sinqia realizou quatro aquisições que somam ao seu ecossistema de negócios. As adquiridas (Mercer, QuiteJá, NewCon e LOTE45) expandem a atuação da Sinqia nos setores digital e financeiro. O vasto track record em M&A da Sinqia possibilita a evolução da sinergia da Companhia e assim colabora com o aprimoramento de suas margens operacionais, reduzindo os gastos recorrentes com pessoal e administração. Acreditamos que o mercado de tecnologia, ainda incipiente no Brasil, abre espaço para o modelo de crescimento inorgânico, uma forma poderosa de consolidar market share e atrair soluções disruptivas para o segmento como um todo.
(iii) Considerando os múltiplos M&As nos últimos anos, a companhia adquiriu também a base de clientes das controladas. O portfólio de produtos e serviços da Empresa permite exploração dessa base, somado às altas taxas de renovação contratual e recorrência de receitas, observamos o alto potencial de geração de receita.
Análise completa
Resultados sólidos, mesmo com peso do inorgânico.
A Sinqia apresentou resultados em linha com nossas projeções, mas fomos positivamente surpreendidos pelo EBITDA apresentado. Com receita líquida de R$ 159,5 milhões (+73,3 a/a, +5,1% t/t e +0,9% R/E), o desempenho resiliente da tech foi pressionado com maiores custos e despesas, mas ainda assim a empresa apresentou um EBITDA de R$ 40,8 milhões (+145,7% a/a, +18,9% t/t e +35,7% R/E). O resultado forte para o 3T era esperado com a consolidação das operações da QuiteJá, NewCon, LOTE45 e Mercer Seguridade. A consistência de desenvolvimento da empresa apresentada até aqui, junto aos projetos de alteração de seu modelo comercial, por exemplo, para atingir novos clientes e explorar a base que já faz parte do ecossistema da Sinqia nos mantém confiantes na proposta de geração de valor da empresa. Com caixa elevado se espera, no futuro próximo, mais um passo da Sinqia no crescimento inorgânico, reforçando nossa tese de investimentos e consolidando ainda mais sua posição no mercado de SaaS no Brasil. Assim, mantemos nossa recomendação de Compra para a Sinqia (SQIA3) com preço-alvo de R$ 26/ação.
Receita Líquida. A Sinqia apresentou R$ 159,5 milhões em receita líquida (+73,3% a/a, + 5,1% t/t e +0,9% R/E), sendo R$ 107,1 milhões referentes à receita orgânica. Os R$ 52,4 milhões de receita inorgânica restantes são referentes aos resultados das aquisições QuiteJá, NewCon, LOTE45 e Mercer Seguridade, espera-se que nos próximos resultados estes números já farão parte da receita orgânica. A receita de Software foi responsável por R$ 134,8 milhões (84,5% do total do 3T), enquanto Serviços teve um aumento na sua contribuição, somando R$ 24,7 milhões (15,5% da receita líquida total, vs. 14,6% no 2T).
Custos. Observamos um leve aumento dos custos frente ao último resultado, totalizando R$ 90,9 milhões (+59,9% a/a e +2,9% t/t), sendo R$ 22,8 milhões inorgânicos. A queda do impacto da parcela inorgânica dos custos resultou em uma margem bruta de 43% (+4,8 p.p. a/a e +1,2 p.p. t/t), consequência da consolidação das aquisições.
Resultados e Margens. A Sinqia apresentou um EBITDA Ajustado recorde, novamente. O EBITDA Ajustado apresentado foi de R$ 40,8 milhões (+145,7% a/a, +18,9% t/t e +35,7% R/E), sua margem EBITDA Ajustada foi de 25,6%, levemente abaixo dos 25,7% do 2T22 e +7,6 p.p. a/a.
Por fim, a empresa apresentou lucro líquido de R$ 2,7 milhões (-8,6% a/a, +59,4% t/t), resultado da melhora do EBITDA, como também uma piora em Depreciação & Amortização, ao passo que o Resultado Financeiro foi menor, pressionado pelo aumento da taxa de juros.
Por fim, a empresa apresentou lucro líquido de R$ 2,7 milhões (-8,6% a/a, +59,4% t/t), resultado da melhora do EBITDA, como também uma piora em Depreciação & Amortização, ao passo que o Resultado Financeiro foi menor, pressionado pelo aumento da taxa de juros.
Matheus Amaral
CNPI, Especialista em Renda Variável