PSSA3 - Porto
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A Porto Seguro é líder no segmento de automóvel e residência no Brasil e conta com aproximadamente 9 milhões de clientes distribuídos nas diversas linhas de negócios. Em 1945, a Porto Seguro foi fundada em São Paulo, atuando no mercado de seguro e resseguro do Brasil, no qual ocupava o 44º lugar no ranking de seguradoras. No entanto, a companhia aos poucos construiu a sua relevância no mercado brasileiro, de maneira orgânica além de aquisições e parcerias como a compra da Azul Seguros em 2003, que ampliou sua atuação nos ramos de automóvel, vida e patrimonial. Além da parceria com o Itaú Unibanco em 2009, que passou a deter 30% do seu controle, onde a companhia teve a oportunidade de expandir a sua quantidade de clientes e aprimorar os produtos da marca. Atualmente a companhia é 4º maior do setor, tendo relevância principalmente no segmento de automóveis e residência.
Análise completa
Vertical de seguros é destaque com bom top-line
O resultado da Porto Seguro no 2T23 veio acima das nossas expectativas e do consenso de mercado, com lucro líquido de R$ 706 milhões (+437% a/a e +87% Inter Research) e um ROAE de 27,8% (+22 p.p. a/a e +13 p.p. Inter Research). O resultado surpreendente da Porto neste trimestre foi impulsionado principalmente pelo forte crescimento dos prêmios ganhos na vertical de seguros aliado ao crescimento dos prêmios emitidos de duplo dígito na maioria dos negócios, um reflexo da melhor precificação e reajustes feitos pela companhia. Com isso, vimos a melhora do índice combinado na vertical de seguros, com forte redução da sinistralidade. Apesar disso, a vertical de Saúde trouxe piora no indicador de sinistralidade que pressionou o resultado, que contou com um incremento positivo, mas não recorrente com a aquisição da Oncoclínicas. A vertical financeira viu melhora no resultado e nos indicadores de inadimplência que permaneceram estáveis, além de uma redução no custo do risco. Outro componente favorável no trimestre foi o forte resultado financeiro nas verticais de Seguros e Saúde. O bottom-line também contou com uma menor alíquota efetiva no período, beneficiada pelo pagamento de JCP e Lei do Bem, mas que não tiram o mérito do ótimo desempenho operacional da companhia. Seguimos observando um movimento melhores margens devido à reprecificação nos produtos e o segundo semestre tende a manter o bom ritmo, impulsionado principalmente pela vertical de seguros e com uma possibilidade de melhora na Porto Bank devido a indícios de pico da elevada inadimplência no mercado. Mantemos nossa recomendação de Compra, com preço-alvo de R$ 34/ação FY23.
Porto Seguro | Ótimo desempenho operacional. O lucro líquido da vertical de seguros foi de R$ 511,4 milhões (+414% a/a e +25% Inter Research) com ROAE de 42% (+32 p.p. a/a e +17 p.p. Inter Research). Consideramos o resultado da Porto Seguro como o principal destaque do trimestre devido ao forte crescimento dos prêmios ganhos que vieram acima das nossas expectativas, reflexo de crescimentos de duplo dígito nos prêmios Auto, Patrimonial e Vida e não só contaram com a reprecificação que já era esperada, mas com boas vendas no período trazendo adição de 662 mil contratos vs. o 2T22 resultando em 13,7 milhões de contratos na vertical. Com despesas com sinistros que pouco avançaram no período e forte crescimento dos prêmios ganhos, a companhia reportou uma sinistralidade total de 47% (melhora de 13 p.p. a/a e 8 p.p. melhor que nossas projeções), explicada pela melhora nos modelos de subscrição e adequações de tarifas. Também destacamos o resultado financeiro que avançou 46% a/a e +7% Inter Research, onde estimamos um benefício da taxa de juros elevada no período.
Porto Saúde | Bom avanço das receitas, mas sinistros não deixaram barato. O lucro líquido da vertical de saúde foi de R$ 54 milhões (+144% a/a e +53% Inter Research) com ROAE de 30% (+13 p.p. a/a e +11 p.p. Inter Research). O resultado foi impactado positivamente pela conclusão da joint venture com a Oncoclínicas que acrescentou R$ 35,6 milhões, se desconsiderarmos esse efeito a vertical teria apresentado um lucro líquido de R$ 18 milhões (-17% a/a e -48% Inter Research). Isso porque o resultado operacional não foi positivo por conta do avanço da sinistralidade, que registrou 82,6% no 2T23 com aumento de 1,7 p.p. a/a com maiores ocorrências e comportamento pré-panemia. Apesar disso, vimos avanço nas receitas com os prêmios retidos mais receitas performando em linha com o que esperávamos e avançando +32% a/a refletindo o aumento de 66 mil vidas versus o 2T22 totalizando 461 mil beneficiários em saúde.
Porto Bank | Inadimplência estabiliza e receitas com cartão suprem menor apetite em empréstimos e financiamentos. O lucro líquido da vertical financeira foi de R$ 107 milhões (+38% a/a e +21% Inter Research) com ROAE de 29% (+8 p.p. a/a e +9 p.p. Inter Research). A carteira de crédito mostrou bom crescimento de 20% a/a em linha com o que esperávamos, com maior destaque para o cartão de crédito que cresceu 23,1% a/a, que foi a linha que mais contribuiu, seguida por consórcios, para o crescimento das receitas totais avançaram 9,1% a/a totalizando R$ 1.116 milhões. Por outro lado, a linha de empréstimos e financiamentos ainda traz um tom restritivo com queda nas concessões. Na qualidade de crédito vimos tendências positivas, com estabilidade na inadimplência registrando 7,5% e queda no custo do risco para 83%, refletindo o aumento do resultado da intermediação financeira e melhora no perfil de risco da carteira. A vertical também manteve uma cobertura da inadimplência de 119% com queda de apenas 1 p.p. t/t.
Matheus Amaral
CNPI, Especialista em Renda Variável