Então brilha
A Vivara divulgou sólido resultado no trimestre, combinando receita recorde e ganho de rentabilidade. Como esperado, a marca Life segue ganhando relevância na operação e superou as estimativas.
Em nossa visão, o desempenho tem sido bom no controle de custos e despesas, sobretudo se levarmos em conta o fim dos descontos, o aumento da produção própria e da alavancagem operacional decorrente do plano de expansão orgânico da companhia.
Em 2023, a nova fábrica da empresa entrará em funcionamento e a maior capacidade instalada deve elevar ainda mais a proporção de joias produzidas internamente. Com isso, a Vivara acentua a verticalidade de sua operação e alarga a distância entre os concorrentes. Reforçamos nossa recomendação de compra, com preço alvo de R$25/ação para o fim de 2023.
A receita bruta, líquida de devoluções, atingiu R$ 820 mm (+16,9% a/a). O canal físico contribuiu com R$ 682 mm (+16,1% a/a), alavancado majoritariamente pela expansão orgânica de lojas Life (+53 lojas LTM). As vendas digitais surpreenderam, com 178 mil pedidos só na Black Friday (+55,4% a/a) e atingiram R$ 132 mm (+20,6% a/a). A margem bruta do trimestre atingiu 70,8% (+2,7 p.p. a/a) e sua expansão deveu-se principalmente à maior participação de Life em relação a receita total da companhia. Em segundo plano, a eficiência em custos também é reflexo de um excelente mix de produtos, aliado à adequação de estoques entre as categorias. Esse impulso pôde ser obtido graças ao maior volume de produção internalizada, fator que a difere entre os peers.
As despesas operacionais representaram o equivalente a 39,2% da receita líquida, mesmo patamar do 4T21. O destaque do período foi a alavancagem operacional vinda do SG&A que neutralizou a pressão das despesas fixas de vendas, pela aceleração da expansão orgânica (+23 lojas inauguradas no trimestre). Como consequência, a companhia registrou R$ 178 mm de EBITDA Ajustado (+31,1% a/a) e margem de 27,6% (+2,9 p.p. a/a) acima da expectativa do mercado.
O resultado financeiro foi negativo em R$ 12 mm no 4T22. O nível de endividamento da companhia é baixo, com dívida líquida/EBITDA LTM de 0,4x em 2022. A geração de caixa livre no 4T22 foi de R$ 49mm, dado o giro no estoque e menor volume de investimentos do período. Com isso, a Vivara foi capaz de registrar um lucro líquido expressivo de R$ 158 mm (+24,1% a/a).