Renda Variável


Ultrapar | Resultado 2T23

Captura de Tela 2023-05-16 às 15.50.16

Rafael Winalda

Publicado 10/ago

Pé no freio.

Em nossa opinião, os resultados do 2T23 foram mistos com viés negativo. Embora as vertentes Ultragaz e Ultracargo tenham performado bem, com evolução em receita, EBITDA e margens, levando a melhores perspectivas para os resultados futuros, o ambiente mais competitivo e desafiador, com abundância de oferta no mercado de distribuição de combustíveis, sobretudo nas exportações, levaram a uma piora de margens para a Ipiranga, o que ofuscou os números deste trimestre. Ainda esperamos que este quadro permaneça nos próximos trimestres, porém aliviando ao passo que as cadeias globais de oferta de combustíveis se normalizem. Assim, mantemos nossa recomendação neutra para o papel, com preço alvo em R$ 20/ação, visando o final de 2024.

Resultados consolidados: O EBITDA ajustado do 2T23 foi de R$ 964 mm (-35% a/a e -11% t/t), onde apesar das melhoras consideráveis dos segmentos da Ultragaz e Ultracargo, o ambiente mais desafiador na rede de postos acabou deteriorando as margens da empresa, em razão de significativo aumento de oferta. Assim, a empresa reportou um lucro líquido de R$ 239 mm, quedas respectivas de 48% e 13% a/a e t/t.

Resultados por segmento: Ultragaz foi o grande destaque positivo do trimestre, com uma evolução em seu EBITDA de 55% a/a e 6% t/t, atingindo R$ 450 mm no período, com destaques para a elevação no volume vendido, tanto no segmento envasado, quanto a granel. Já o mesmo ajustado por tonelada, ficou estável em R$ 917 t/t, mantendo o bom nível. Os números da Ultracargo também chamaram atenção positivamente, com um EBITDA de R$ 161 mm, expansão de 24% a/a e 13% t/t, devido a maior movimentação de gás, principalmente nos postos de Santos, Itaqui e Aratu.

O destaque negativo ficou para Ipiranga, com um EBITDA de R$ 479 mm, queda de 43% a/a e 20% t/t. As margens foram bastante pressionadas devido a maior quantidade de oferta, tanto via importações, quanto localmente, o que impactou uma das métricas muito observada no segmento, EBITDA/m³, atingindo R$ 80, quedas de 40% e 19% a/a e t/t, respectivamente.

Endividamento e investimentos: A dívida líquida da empresa no 2T23 foi reportada em R$ 8 bi, com R$ 6,2 bi em caixa, contra uma dívida de R$ 8,2 bi e R$ 6,8 bi em caixa do 2T22, sendo que o indicador dívida liquida/EBITDA permaneceu praticamente estável em 2,1x. No trimestre, a empresa investiu cerca de R$ 385 mm, contra R$ 365 do 1T23 e R$ 407 mm do 2T22.


Compartilhe essa notícia

Receba nossas análises por e-mail