Resultados em linha no 2T
A Taesa apresentou um desempenho neutro em seus resultados do 2T23, sem grandes mudanças. O EBITDA teve crescimento de 15% em relação ao 2T22 com a RAP reajustada e entrada operacional de novos projetos como Saíra (1ª fase) e Sant’Ana (parcial). Em julho, a ANEEL estabeleceu a RAP das transmissoras para o novo ciclo 2023-2024, sendo que as concessões ajustadas pelo IGP-M sofreram um reajuste inflacionário de -4,46% (deflação) conforme antecipado pelo Inter Research no relatório Especial: IGP-M negativo e o setor elétrico, e as concessões ajustadas pelo IPCA sofreram um reajuste inflacionário de +3,94%. Essa correção afeta o resultado da Taesa somente a partir do 3T23.
Continuamos com nosso preço-alvo de R$ 40,00/unit para TAEE11, mantemos a sua recomendação em Neutra, por não enxergarmos triggers relevantes no momento e uma baixa oportunidade de ganhos no papel. Por outro lado, para uma carteira voltada para dividendos, TAEE11 permanece como uma boa opção.
Desempenho operacional. A companhia apresentou um EBITDA regulatório de R$ 535 mm no 2T23, crescimento de 15% a/a, e uma margem EBITDA de 85% (+1,5 p.p. a/a) explicado principalmente pela entrada operacional da primeira fase de Saíra e de Sant’Ana, somado aos reajustes inflacionários do novo ciclo da RAP (10,7% para contratos corrigidos pelo IPCA e 11,7% nos contratos indexados ao IGP-M). Custos e despesas regulatórios registraram R$ 191 mm no trimestre, (+14,5% a/a) levando em conta o aumento com gasto de pessoal, dado o reajuste salarial do período e elevação do quadro com a entrada operacional de novos projetos, além de maiores despesas com depreciação após entrada de novos projetos. O resultado de equivalência patrimonial foi de R$ 103 mm no 2T23 (+197% a/a) em virtude da entrada em operação Aimorés, Paraguaçu e Ivaí (parcial), além do reajuste da RAP. Por fim, o lucro líquido foi de R$ 246 mm (+74% a/a).
Dívida e investimentos. O endividamento líquido ao final do período somou um montante de R$ 8,2 bi, redução de 2% em relação ao 1T23. O indicador de dívida líquida/EBITDA ficou em 3,7x, ante os 3,9x do 1T23. Os investimentos no semestre somaram R$ 1,3 bi, com R$ 870 mm de indenizações pagas na assinatura do contrato de Saíra. Atualmente os projetos em construção são seis: Ivaí e Sant’Ana (com 98% e 91% da RAP já habilitada) e Ananaí, Pitiguari, Tangará e Saíra.
Dividendos. A Taesa anunciou o pagamento a distribuição de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) no montante de R$ 313,4 mm (R$ 0,91 / Unit), sendo R$ 216,2 mm (R$ 0,63 / Unit) a título de JCP e R$ 97,2 mm (R$0,28 / Unit) a título de dividendos intercalares. O pagamento ocorrerá no dia 29 de agosto de 2023, a partir da data base de 7 de agosto de 2023.