4T22 é neutro, mas águas melhores em 2023?
Os números reportados da Sanepar foram neutros neste 4T22. De forma geral, 2022 foi um ano desafiador e de evolução. Apesar de reportar, no primeiro semestre, números aquém do potencial, houve tímida reversão ao longo do segundo semestre. A crise hídrica vivenciada no estado já é passado, e voltamos as atenções agora inteiramente para a segunda etapa do processo de revisão tarifária, que deve encerrar em abril. Processo moroso e conturbado, que gerou bastante volatilidade para o papel. No 4T22, a empresa apresentou números neutros, houve evolução do EBITDA, mas os custos operacionais também avançaram.
Diante disto, mantemos nossa recomendação neutra para o papel, com preço-alvo em R$ 29/ação, visando o final de 2023. Além do processo de revisão tarifária, não vemos outros triggers para o papel, apesar do upside para o preço corrente.
Desempenho operacional. A Sanepar segue ampliando a sua base de ativos, e atingiu cerca de 3,4 mm de ligações em água e 2,4 mm em esgoto, com respectivos aumentos de 1,9% e 2,8% no a/a. Em termos de volume faturado, o segmento de água performou em 136 metros cúbicos(+2,5% a/a), enquanto esgoto 105 metros cúbicos (+4,1% a/a). Por fim, o volume de água disponível em reservatórios ficou em 100%, praticamente, colocando um fim aos efeitos da crise hídrica de 2021.
Receita Líquida. A receita operacional líquida foi reportada em R$ 1.475 bi no 4T22, crescimento de 6,7% a/a, em decorrência a três fatores principais: (i) reajuste tarifário de 4,96%; (ii) crescimento dos volumes faturados de água e esgoto; e (iii) aumento no número de ligações.
EBITDA e resultado. Com a expansão da base de ativos e volume faturado, o EBITDA do 4T22 foi computado em R$ 610 mm, aumento de 5,9% a/a, sendo que apesar desta evolução, houve uma queda de 0,3 p.p. na margem EBITDA (que ficou em 41,4%). Um dos fatores negativos do trimestre foi a evolução de custos em 7,8% a/a, em decorrência principalmente do reajuste de salários, variação de 20,7% a/a. Desta forma, o lucro líquido foi contabilizado em R$ 351 mm, crescimento em linha aos resultados operacionais, 5,7% a/a.
Endividamento e investimentos. Enquanto o endividamento bruto atingiu o patamar de R$ 5,1 bi (+23% a/a), a dívida líquida foi registrada em R$3,9 bi (+24% a/a), e a empresa segue seu cronograma de investimentos e captando recursos para ampliação da base de ativos. O índice de alavancagem foi reportado em 1,7x ante ao 1,4x do 4T21. Por fim, a empresa investiu cerca de R$ 482 mm no 4T22, 20% acima na coparação a/a.
Avanços em ESG
- A empresa ingressou no ISE B3, índice de sustentabilidade empresarial da B3 a partir de janeiro de 2023.
- Não houve iniciativa relevante na agenda ambiental.
- Não houve iniciativas relevantes na agenda social.
- Não houve iniciativas relevantes na agenda de governança.