Resultado forte, com margens acima do esperado
A Raia Drogasil divulgou resultados fortes no 2T22. O top-line veio em linha, mas com margens acima de nossas expectativas. A companhia já vem sendo favorecida pelo reajuste de medicamentos de 10,9% aprovado pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) para 2022, amenizando a pressão inflacionária. A estratégia de diversificação geográfica da sua rede de farmácias se mantém, com 82% das aberturas de lojas nos últimos 12 meses sendo fora do estado de São Paulo. Foram inauguradas 64 novas farmácias no 1T22 (51 aberturas líquidas), encerrando o período com 2.581 farmácias em operação, além de 5 unidades da 4Bio. Apesar da excelente qualidade da companhia, reiteramos nossa recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 25/ação.
A receita líquida reportada no 2T22 foi de R$ 7.179 mm (+22,3% a/a), em linha com nossas expectativas. No trimestre, foi reportado um crescimento a/a de 18,1% nas vendas em mesmas lojas (SSS) e 16,1% nas lojas maduras. ‘OTC’ foi o destaque do trimestre (+28,6% a/a) ganhando 1,1 p.p. de participação no mix de vendas (vs. 2T21), enquanto ‘Medicamentos de Marca’ cresceram 22,8%, com perda de 0,1 p.p. no mix. O segmento de ‘Genéricos’ cresceu 22,7%, mantendo participação no mix de vendas. Por fim, ‘Perfumaria’ cresceu 18,7% e perdeu 0,9 p.p. no mix. Com o desfecho da pandemia, esperamos que o segmento ‘OTC’, categoria que mais cresceu nos últimos dois anos, deva perder participação no mix e crescer em ritmo menos acelerado.
O lucro bruto totalizou R$ 2.318 mm (+29,0% a/a), com uma margem bruta de 32,3% (+1,7 p.p. a/a), acima de nossas projeções. As despesas com vendas totalizaram R$ 1.094 mm (+18,5% a/a) e o G&A alcançou R$ 260 mm (+44,4% a/a) no trimestre, levando o EBITDA para R$ 1.008 mm (+35,0% a/a), com margem de 14,0% (-1,3 p.p vs. 2T21). Já o lucro líquido ficou em R$ 363 mm (+43,2% a/a), com margem de 5,1% (+0,7 p.p. a/a), e acima das nossas expectativas, especialmente devido à margem bruta maior do que esperávamos.
Foi registrado um fluxo de caixa operacional de R$ 197 mm (ante -R$ 70 mm no 2T21) e um fluxo de caixa livre negativo de R$ 58 mm (vs. -R$ 259 mm no 2T21), impactados pelo aumento sazonal do ciclo de caixa e CAPEX de R$ 255 mm.
Em relação ao endividamento, a companhia encerrou o trimestre com uma dívida líquida (ex-arrendamentos) de R$ 1.551 mm, com múltiplo DL/ EBITDA LTM de 0,3x. Já a dívida líquida considerando arrendamentos ficou em R$ 5.309 mm, com múltiplo DL/EBITDA LTM de 1,1x.