É o fundo do poço?
Os números do 2T23 da PetroReconcavo foram neutros, em nossa opinião. Já eram esperados impactos devido à queda do petróleo Brent, o que influencia diretamente na receita da empresa, mas os números também foram atenuados por entraves na produção de gás no ativo Potiguar, que apesar de já quase totalmente superados, a normalização plena só deve ocorrer no último trimestre deste ano. Em termos de resultados financeiros, o EBITDA ajustado ficou 8% acima de nossas expectativas, o que consideramos neutro.
Acreditamos que os desafios são grandes, mas a empresa deve superar ao longo de 2023, o que nos leva a manter nossa recomendação de compra para RECV3, com preço-alvo em R$ 32/ação, visando o final de 2024.
Resultado financeiros. A PetroReconcavo entregou um EBITDA de R$ 319 mm neste 2T23, -5% t/t e -16% a/a, enquanto o EBITDA ajustado pelos instrumentos de hedge ficou em R$ 380 mm, queda de 7% t/t e 8% acima de nossas expectativas. A empresa destaca que o resultado foi afetado tanto pela queda do Brent, quanto pela taxa de câmbio, com a receita também limitada pela menor produção e escoamento de gás no ativo Potiguar. Desta forma, o lucro líquido atingiu R$ 178 mm (-11% t/t, +36% a/a e - 14% Inter Research).
Produção e custo de extração. A produção total de barris de óleo equivalente superou os 26 mil/dia neste 2T23, com crescimento de 7% t/t e 27% a/a, sendo que houve uma produção de 16,6 mil barris de óleo/dia (12% t/t e + 25% a/a), enquanto o gás foi reportado em 1,7 mil metros cúbicos (0% t/t e +30% a/a). Os destaques positivos foram tanto a evolução no ativo Potiguar, principalmente com a otimização de poços, quanto a integração de Tieta, no ativo Bahia. Ainda cabem dois eventos negativos a serem mencionados, sendo o primeiro entrave na venda de gás do ativo Potiguar, onde foi necessário substituição de trechos do gasoduto, sendo agora totalmente reestabelecido, e o segundo os entraves quanto ao escoamento do gás de Potiguar a Guamaré, com um novo operador que vem renegociando as entregas de gás adicional previstas em contrato.
Custo de extração. A empresa reportou um custo de extração total de US$ 13,54/barril, elevação de 5% t/t, refletindo alta da variação do cambio. O ativo Potiguar reportou um custo de extração de US$ 10,44 (+14% t/t) enquanto Bahia reportou US$ 16,97 (-1,6% t/t).