Resultados sólidos, mais uma vez.
A Petrobras entregou mais uma vez resultados sólidos. Um EBITDA de quase R$ 57 bi, 7% abaixo do que esperávamos, mas ainda bastante expressivos, em conjunto a um lucro líquido de R$ 29 bi, em linha com as expectativas. Destaque para o segmento de exploração e produção, que apresentou bons números, contrabalanceado pelas refinarias, que tiveram redução de margens. A política de dividendos foi alterada, mas entendemos que a empresa ainda seguirá com forte distribuição aos acionistas, sendo uma opção aos que visam uma carteira neste perfil.
Mantemos nossa recomendação neutra para Petrobras, com preço-alvo em R$ 49/ação, visando o final de 2024, considerando que temos visto defasagem dos preços dos combustíveis aplicados pela empresa quando comparados aos níveis nos mercados internacionais, o que levanta questionamentos sobre a política de paridade, podendo levar a retração das margens da companhia.
Resultado Consolidado. O EBITDA reportado pela Petrobras somou quase R$ 57 bi, quedas de 22% t/t e 40% a/a, e 7% abaixo das nossas expectativas. Mas, entendemos que os resultados continuam robustos. Os principais drivers que contribuíram para a queda no período foi o arrefecimento do Petróleo Brent e a queda de mais de 40% do crack spread (margem das refinarias) no mercado internacional. O lucro líquido contabilizou R$ 29 bi, em linha com as nossas expectativas, compensado pelo forte resultado financeiro.
Resultado por segmento. A parte de exploração e produção contabilizou um EBITDA de R$ 49 bi, quedas de 14% t/t e 38% a/a, explicados pelo arrefecimento do petróleo Brent e menor produção no período. O custo de extração foi reportado em R$ 5,96/barril, aumento de 8% vistos aos maiores gasto com inspeções submarinas. A parte de refino apresentou um EBITDA de R$ 8 bi, queda de 36% t/t, reflexo da queda do crack spread, contrabalanceada pelos maiores volumes de venda de gasolina. Por fim, o segmento de gás e energia apresentou um EBITDA de 2,5 bi, queda de 36% t/t, impactados tanto pela queda do preço de venda, bem como menor volume.
Investimentos e dívida. Os investimentos do 2T23 somaram R$ 3,2 bi, elevação de 31% t/t e 6% a/a, devido a investimentos no pré-sal e bônus de assinatura dos campos Sudoeste de Sagitário, Água Marinha e Norte de Brava. A dívida líquida foi contabilizada em US$ 58 bi, elevação de 8% t/t, enquanto a dívida líquida foi de US$ 42 bi +12% t/t, explicada pelos arrendamentos de navios produtores.
Dividendos. A empresa divulgou uma nova política de dividendos, alterando de 60% para 45% o percentual a ser distribuído do fluxo de caixa operacional decrescido dos investimentos do período. Diante disto, a empresa distribuirá quase R$ 1,15/ação, com a primeira parcela no valor de R$ 0,574652 por ação sendo paga em 21 de novembro de 2023, e a segunda parcela, no valor de R$ 0,574652, em 15 de dezembro de 2023.