Aumento de vendas acompanhado de expansão de margens
A Panvel apresentou resultados fortes no 4T22, em linha com as nossas expectativas, impulsionados por: (i) crescimento de receita, favorecida por 14 aberturas brutas no trimestre e boa performance de vendas em mesmas lojas (SSS); (ii) ganho de 0,4 p.p. a/a de market share na Região Sul, alcançando 12,2% e consolidando a companhia como líder na região; (iii) menor participação da marca própria a/a devido à redução de vendas de produtos covid (iv) aumento de vendas acompanhado de expansão de margens, tanto no varejo quanto no atacado; e (v) resultado financeiro e IR menores do que o esperado beneficiando o bottom line.
A companhia tem atendido à nossas expectativas e performado muito bem nos últimos trimestres, ainda impactada positivamente pelo reajuste de medicamentos de 10,9% do ano passado. Portanto, reforçamos nossa recomendação de compra para PNVL3 com preço alvo de R$ 15/ação.
A receita líquida alcançou R$ 1.085 mm (+21% a/a e +0,7% vs. Inter Research). A Panvel encerrou o trimestre com um crescimento de vendas nas mesmas lojas (SSS) de 16% a/a e crescimento de SSS em lojas maduras (MSSS) de 12% a/a. Em nossa visão, essa evolução é robusta, confirmada pelo aumento da venda média por loja de +13% a/a (alcançando R$ 642 mil/mês), acima daquela observada pelas farmácias da Abrafarma, que cresceram 8% a/a.
As categorias que se destacaram no trimestre foram OTC, com crescimento de 26% a/a (aumento de 0,7 p.p. no mix de produtos), e Genéricos, com aumento de 39% a/a (+1,2 p.p. no mix).
O lucro bruto totalizou R$ 337 mm (+23% a/a), representando 31,0% (+0,5 p.p. a/a) da receita líquida, em linha com nossas expectativas. A expansão de margem se deu tanto no varejo (+0,3 p.p. a/a), devido ao forte desempenho das categorias de Genéricos e OTC, quanto no atacado (+0,8 p.p. a/a), principalmente pelo crescimento da venda de Genéricos.
O EBITDA foi de R$ 97 mm (+42% a/a e +7% vs. Inter Research) com margem de 8,9% (+1,3 p.p. a/a e +0,5 p.p. vs. Inter Research), refletindo o aumento da margem bruta e a diluição de 0,1 p.p. do G&A frente ao mesmo trimestre do ano passado.
Já o lucro líquido ficou em R$ 24 mm (+4% a/a), 23% acima de nossas projeções, com margem líquida de 2,2% (-0,4 p.p. a/a e +0,4 p.p. vs. Inter Research), impactado positivamente por despesas financeiras estáveis t/t e créditos tributários que tornaram o IR positivo em R$ 4 mm.
A empresa apresentou geração de caixa operacional de R$ 71 mm no trimestre e fluxo de caixa livre de R$ 30 mm, ambos estáveis frente ao 4T21. A dívida líquida (considerando arrendamentos) da Panvel encerrou 2022 em R$ 714 mm, com relação dívida líquida/EBITDA de 2,1x (vs. 1,9x em 2021). Desconsiderando arrendamentos, o múltiplo vai para 0,2x EBITDA, que em nossa visão, oferece bastante suporte para a continuidade do plano de expansão da companhia.