Apresentou a receita, com margens na veia
A Panvel apresentou resultados fortes no 2T22, em linha com as nossas expectativas. A companhia divulgou aumento de vendas, impulsionado pela consistência do canal digital somada à força das lojas físicas. Assim como esperávamos, a pressão inflacionária dos últimos trimestres foi amenizada pelo reajuste de medicamentos de 10,9%, que proporcionou expansão relevante de receita aliada ao crescimento de margens. O market share cresceu em todos os Estados de atuação, alcançando 11,9% na região Sul (+0,4 p.p. vs. 2T21). O foco estratégico no digital possibilitou resultados expressivos nas vendas do atacado e varejo. Já a marca própria da Panvel, de maior margem, perdeu relevância em relação à receita total, alcançando 6,4% das vendas (vs. 7,4% no 2T21 e 7,7% no 1T22). Entendemos que a companhia continua dominante na região Sul e esperamos sequência no guidance de abertura de novas lojas (65 em 2022). Reforçamos nossa recomendação de compra para PNVL3 com preço alvo de R$ 21,00/ação.
A receita líquida reportada no 2T22 foi de R$ 986 mm (+27,0% vs. 2T21 e +1,3% vs. Inter Research). A Panvel encerrou o trimestre com um crescimento de vendas nas mesmas lojas (SSS) de 19,2% a/a e crescimento de SSS em lojas maduras (MSSS) de 15,8% a/a. Em nossa visão, essa evolução é robusta, confirmada pelo crescimento da venda média por loja de +12,9% em comparação com o 2T21 (alcançando R$ 561 mil/mês).
Destacamos a relevância do OTC e Genéricos no mix de produtos, com crescimento nominal de 49,9% (+3,0 p.p. no mix) e +47,6% a/a (+1,6 p.p. no mix), respectivamente. Dentro da categoria OTC, destacamos o crescimento do grupo de Gripes e Resfriados (+141,3% a/a). A categoria de Higiene e Beleza, mesmo com crescimento nominal de 15,9% a/a, perdeu participação no mix de produtos, devido ao crescimento expressivo dos medicamentos. Já os Serviços, bastante rentáveis para a companhia, recuaram 32,5% a/a (-2,5 p.p. no mix), tendo em vista a menor demanda por testes de Covid-19.
Esperamos que este ritmo de crescimento de receita se estenda para os próximos trimestres, fruto da concretização do plano de abertura de lojas somado ao reajuste de medicamentos de 10,9% que entrou em vigor em abril.
A companhia apresentou lucro bruto de R$ 315 mm (+31,0% a/a), com margem bruta consolidada de 32,0% (+1,0 p.p. a/a e +1,5 p.p. vs. Inter Research), favorecida principalmente pelo reajuste de preços e boa performance dos medicamentos. O EBITDA foi de R$ 88 mm (+37,2% a/a e +10,9% vs. Inter Research) com margem de 8,9% (+0,7 p.p. a/a e +0,8 p.p. vs. Inter Research). Já o lucro líquido registrado no trimestre foi de R$ 23 mm (+15,1% a/a), em linha com nossas projeções, com margem líquida de 2,4% (-0,2 p.p. a/a e -0,1 p.p. vs. Inter Research), impactado por maiores gastos com despesas financeiras.
A empresa apresentou consumo de caixa operacional de R$ 39 mm (frente à -R$ 53 mm no 2T21) e fluxo de caixa livre também negativo de R$ 80 mm (vs. -R$ 86 mm no 2T21), refletindo os altos investimentos relacionados à expansão. A dívida líquida da Panvel encerrou o trimestre em R$ 134 mm, com relação dívida líquida/EBITDA LTM de 0,7x, que em nossa visão, ainda oferece suporte para a continuidade do seu plano de expansão.