Voltou a ventar (mas nem tanto)
A Omega apresentou um desempenho operacional neutro, e em linha com nossas expectativas para o 3T22. Com a menor incidência de recursos ao longo de 2022, a Omega não vinha passando por um ano muito positivo, em termos de produção. Entretanto, dada a sazonalidade da safra de ventos no Nordeste, região onde estão concentrados a grande maioria de seus ativos, a expectativa era de uma melhora de seus resultados a partir o segundo semestre. Apesar de ter apresentado um volume de geração abaixo de suas metas, a Omega se beneficiou do atual cenário hídrico, com um preço de compra de energia inferior, e de suas movimentações de portfólio dentro deste último ano, fazendo com que a fosse registrado um EBITDA de R$ 283 mm (+13% a/a) e um lucro líquido de R$ 44 mm, ante o prejuízo de R$ 26 mm no 3T21.
Dada as recentes movimentações da companhia, e o seu pipeline de expansões, enxergamos um potencial de crescimento, nos fazendo manter nossa recomendação de Compra para MEGA3, com preço-alvo de R$ 15/ação YE23.
Incidência de recursos. A Omega gerou um volume bruto no período de 1.947 GWh, 30,2 GWh abaixo de sua meta, e cerca de 2% abaixo do volume do 3T21. Por outro lado, este volume de geração é 54% superior ao do 2T22, o que é um reflexo da sazonalidade da safra de ventos no Nordeste do Brasil. Essa performance abaixo da meta foi impactada principalmente pela manutenção corretiva realizada nos ativos Assuruá 2 e Delta Maranhão, devido a falhas não-estruturais nas pás de seus aerogeradores. Apesar de representar um menor volume bruto, essa perda será reembolsada pelo fornecedor da companhia.
Receita Líquida. A receita líquida do período atingiu o valor de R$ 668 mm (+47% a/a), influenciada em grande parte pelo controle dos empreendimentos Santa Vitória do Palmar e Hermenegildo, que a empresa assumiu em 4T21. Além disso, a queda do preço de compra de energia no trimestre, que saiu de R$ 582/ MWh no 3T21, para R$ 66,4/MWh no 3T22, influenciou em um crescimento anual de 17% em seu lucro bruto de energia, totalizando R$ 460 mm.
Resultados operacionais. Com um total de custos e despesas no valor de -R$ 230 mm, (+17% a/a), valor em linha com as últimas alterações na estrutura da companhia, sendo elas: (i) a aquisição de Santa Vitória do Palmar, pertencente ao complexo do Chuí; (ii) gastos inerentes à consolidação de seu braço de desenvolvimentos; (iii) gastos iniciais realizados na Omega US. Em vista disso, a companhia atingiu um EBITDA de R$ 283 MM (+13% a/a e +9% vs Inter Research). Adicionando a contribuição de suas subsidiárias, a companhia reportou um EBITDA ajustado de R$ 324 mm (+7% a/a). Este resultado estaria cerca de R$ 73 mm abaixo de sua expectativa, dada a performance levemente abaixo do esperado em relação aos seus ativos operacionais.
Resultado Financeiro e Lucro Líquido. O resultado financeiro da companhia se beneficiou da deflação registrada no trimestre, em conjunto com a alta do CDI no período, amenizando as suas despesas financeiras e proporcionando ganhos de juros sobre aplicações. Dado estes fatores, a companhia reportou um resultado financeiro ajustado pela inclusão de suas não controladas no valor de -R$ 134 mm (-27% a/a). Somado este fator ao melhor desempenho operacional do período, o lucro líquido da Omega foi de R$ 44,2 mm (-35% vs Inter Research), ante o prejuízo de R$ 26 mm no 3T21.
Projetos em Implantação. Além de Assuruá 4 e 5, que já se encontravam em construção, apresentando uma capacidade potencial de 455 MW, e prazo inicial no 1T23 e no 3T23, neste trimestre a Omega deu início à construção de Goodnight 1, seu primeiro empreendimento fora do Brasil, localizado no Texas, Estados Unidos. A Omega presenta 100% de participação no empreendimento, que irá contar com uma capacidade instalada de 265,5 MW, um capex esperado em torno de US$ 300 mm, e entrada em operação prevista para o 4T23.
Endividamento. O endividamento líquido total da empresa apresenta um valor de R$ 7,1 bi (+11% a/a). Essa variação leva em conta principalmente o aumento de R$ 910 mm em sua dívida bruta n 3T22, via emissão de empréstimo offshore, no intuito de financiar a implementação de Goodnight 1. Desta forma, a companhia aumentou a participação da sua dívida em moeda estrangeira para 10%, ante os 3% no trimestre anterior. A sua relação de dívida líquida/EBITDA alcançou a marca de 3,8x, ante os 3,4x reportados no 2T22 (LTM).
Avanços em ESG
- Selo Ouro do Programa GHG Protocol, referente às emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE)
- Não houve menção sobre avanços de medidas ambientais no período. No período, a companhia realizou a alienação de sua última usina termelétrica a carvão.
- Realizou o lançamento do Instituto Janela para o Mundo, onde foi identificado o retorno de R$ 6,51 em benefícios sociais para cada R$ 1,00 investido pela companhia.
- Não houve menção sobre avanços de medidas de governança no período.