Fechando com chave de ouro.
Mudança de management: Após atuar por quase 50 anos como Diretor Presidente da Companhia, José Isaac Peres, será sucedido na função pelo Eduardo Kaminitz Peres, seu filho. Apesar das mudanças, vemos que a companhia continuará com os mesmos objetivos e inovações já demonstradas no passado.
Indicadores operacionais: No 4T22, as vendas totais da companhia tiveram um resultado recorde de R$ 6,3 bi (+3,6 % R/E, +26,7% t/t e + 14% a/a) fechando o ano com um volume de vendas de R$ 20 bi e crescimento de 37,1% vs 2021 e 22,8 vs 2019. No indicador de vendas em mesmas lojas (SSS) o crescimento reportado foi de 10,9%, com destaque para o crescimento nos segmentos de serviços e alimentação. Olhando para o mesmo indicador no comparativo anual, o crescimento foi de 33% vs 21 e 20,7% vs 19. Além disso, foi reportado uma forte evolução nos aluguéis em mesmas lojas (SSR) de 14,7% concomitante a um custo de ocupação menor do que o esperando. Apesar disso, a taxa de ocupação dos shoppings da companhia teve uma leve desaceleração em relação ao trimestre anterior, ficando ligeiramente abaixo do projetado.
Desempenho Financeiro: Diante uma robusta entrega operacional, a companhia apresentou resultado acima das expectativas nas linhas de aluguéis e estacionamento, porém inferior na venda de imóveis. Sendo assim, a receita liquida (ex-linearidade) foi ligeiramente abaixo das expectativas, no montante de R$ 568 mm (-1,2% R/E, +23,7% t/t e +11,6% a/a).
Nas despesas gerais e administrativas, a Multiplan demonstrou eficiência com crescimento menor do que a inflação concomitante a um resultado superior às nossas expectativas na linha de despesas com propriedade. Sendo assim, o EBTIDA entregue foi R$ 439 mm (2,6% R/E e +30,3t/t e +21,9%) com excelente margem de 77% (+2,9 pp R/E e +3,9 pp t/t e +6,5pp a/a), fechando o ano com crescimento de 54,9% vs 2021.
Com receitas financeiras acima do esperado, devido a um melhor gerenciamento de capital, a Multiplan entregou um resultado financeiro líquido de R$ 64 mm. Com e impostos abaixo do esperado, a companhia reportou um forte resultado líquido de R$ 304 mm (+20,1 % R/E, +51,4% t/t e +5,2% a/a), com margem de 53% (+9,5 p.p R/E). Diante o robusto resultado nas receitas de aluguéis/estacionamentos e otimização das despesas de propriedades, a administradora reportou um NOI acima do projetado, de R$ 520 mm (+5,8 % R/E) concomitante a um FFO R$ 352 mm (+13,3 % R/E)
No ano, a empresa apresentou como os principais desembolsos de caixa o i) pagamento de R$ 770,3 mm em juros e amortizações, ii) R$ 194,8 mm CAPEX e iii) R$ 155,2 mm em recompra de ações e iv) 208,4 mm em JCP, frente a um fluxo de caixa operacional gerado de R$ 1.2 bi e um emissão de R$ 300 mm. Assim, a companhia terminou o ano com uma geração de caixa positivas e uma redução da Dívida Líquida/EBITDA de 3,06x para 1,63x.